Ultrapar lidera negociações pela Refap, da Petrobras
Por Sabrina Valle e Carolina Mandl
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O Grupo Ultrapar está liderando negociações para a aquisição da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), da Petrobras, localizada no Rio Grande do Sul, afirmaram ambas as empresas em comunicados, confirmando as negociações divulgadas pela Reuters mais cedo nesta terça-feira.
A petroleira está tentando vender oito refinarias, o que acabaria com o virtual monopólio da Petrobras no setor de refino do país e abriria um dos maiores mercados de combustível do mundo para investidores privados. A estatal está atualmente negociando seis delas e espera mais duas ofertas até o final do primeiro trimestre, disse a empresa no comunicado.
A Petrobras tenta negociar com a Ultrapar uma melhora na oferta antes de decidir se fecha negociações exclusivas, disseram três fontes próximas ao assunto. Ofertas abaixo da faixa de preço estimada inicialmente pela estatal levaram a companhia a não cumprir sua meta interna de anunciar vendas até o final de 2020.
A Ultrapar afirmou que a Refap seria complementar ao seu portfólio, ajudando a aumentar a eficiência. No setor de óleo e gás, a companhia controla a distribuidora de combustíveis Ipiranga, a distribuidora de gás Ultragaz e, em armazenagem de granéis, a Ultracargo.
A Raízen, joint-venture formada por Shell e Cosan, também apresentou uma proposta pela Refap, de acordo com duas fontes. Uma segunda rodada de ofertas não está descartada, disseram elas.
A Raízen não comentou o assunto.
O conglomerado indiano Essar Group, que foi classificado para a fase vinculante, deixou a disputa pelo ativo, acrescentaram as fontes.
Ultrapar e Raízen também fizeram ofertas pela Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), que abastece Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso. A Petrobras hesitou em declarar uma oferta vencedora porque considera os preços baixos demais, segundo as três pessoas.
Em seu comunicado, a Petrobras disse que recebeu ofertas vinculantes e está em fase de análise das propostas.
Refap e Repar estão localizadas na região Sul e possuem uma capacidade de produção de 200 mil barris por dia cada, ou cerca de 18% da capacidade do país.
Regras antitruste impedem a Petrobras de vender as unidades de uma mesma região para a mesma empresa.
Além disso, a Petrobras está em negociações exclusivas com a Mubadala Investment, de Abu Dhabi, para venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia. Essas conversas, em estágio mais avançado, podem resultar em um acordo já neste mês, afirmaram duas das fontes.
A Petrobras disse nesta terça-feira que está esperando ofertas finais de todos os concorrentes da Rlam com base nos termos do contrato estabelecido com a Mubadala.
Nenhum preço foi divulgado.
A estatal também recebeu ofertas vinculantes pelas suas unidades de refino Reman, Lubnor e Six, disse a empresa. Nenhuma exclusividade foi definida, o que permite novas ofertas, segundo uma fonte.
A Petrobras espera ofertas vinculantes pela Rnest, em Pernambuco, e pela Regap, em Minas Gerais, até o final do trimestre.
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