Governo vai retirar militares da Amazônia e focará fiscalizações em 11 municípios
BRASÍLIA (Reuters) - O governo Jair Bolsonaro vai retirar os militares das ações de combate ao desmatamento, queimadas e outros crimes ambientais na Amazônia e focará suas a fiscalização com outros órgãos ambientais em 11 municípios do bioma que concentram a maior parte das irregularidades, anunciou nesta quarta-feira o vice-presidente Hamilton Mourão.
"Levantamos que 70% do desmatamento ou dos crimes ambientais, vamos falar assim, ocorrem em 11 municípios. Sete estão localizados no Pará, um em Rondônia, dois em Amazonas e um em Mato Grosso", disse Mourão, que é coordenador do Conselho Nacional da Amazônia.
"Então esses 11 municípios foram elencados como as áreas prioritárias, uma vez que concentrando nossos esforços nesta região temos condições de obter uma redução significativa desses crimes ambientais", reforçou. O nome das cidades, no entanto, não foi revelado.
Os militares atuam na Amazônia desde maio de 2020 e vão permanecer até o final de abril deste ano, quando se encerra a vigência do decreto da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o que permitia a atuação das Forças Armadas na região.
A partir da saída dos militares, a fiscalização de ações ambientais na Amazônia vai ficar a cargo do efetivo próprio de órgãos ambientais como Ibama, ICMBio, Funai, entre outros postos. Mourão disse que os militares podem voltar a atuar na região, caso Bolsonaro edite um novo decreto de GLO.
No momento, o presidente e o vice estão com a relação estremecida desde que houve o vazamento de uma mensagem em que um assessor de Mourão citou a possibilidade de ele assumir o governo. O vice demitiu o assessor, mas, ainda assim, ele foi excluído na véspera de uma reunião ministerial comandada por Bolsonaro.
(Reportagem de Ricardo Brito e Jake Spring)
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