Fed apoiará economia até que recuperação esteja firme, diz vice-presidente
O banco central dos Estados Unidos manterá seu apoio à economia até que a recuperação da pandemia de coronavírus esteja "bem e verdadeiramente feita", disse o vice-presidente do Federal Reserve, Richard Clarida, nesta quinta-feira.
As taxas de juros em quase zero do Fed e as compras mensais de títulos "estão fornecendo um poderoso apoio à economia e continuarão a fazê-lo à medida que a recuperação progride", disse Clarida em comentários preparados para reunião do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês).
"Levará algum tempo para que a atividade econômica e o emprego voltem aos níveis que prevaleciam no pico do ciclo de negócios alcançado em fevereiro passado. Estamos comprometidos em usar toda a nossa gama de ferramentas para apoiar a economia até que o trabalho seja "bem e verdadeiramente feito", acrescentou.
Clarida reafirmou o que se tornou o principal mantra do Fed agora, à medida que a pandemia arrefece e um salto da atividade econômica é antecipado —tanto que investidores se perguntam se o banco central pode manter as condições financeiras frouxas por tanto tempo quanto parecem pretender.
O crescimento econômico que se aproxima e uma rodada de inflação que o acompanha são bem-vindos, disse Clarida, e não levarão o Fed a reverter rapidamente o modo crise de apoio instituído há um ano, quando uma recessão repentina pôs fim a mais de uma década de crescimento econômico ininterrupto.
Os últimos meses mostraram que a economia "é muito mais resiliente do que muitos previam ou temiam um ano atrás", disse Clarida, observando que os Estados Unidos provavelmente voltarão ao pleno emprego muito mais rapidamente do que após a crise financeira de 2007-2009, depois da qual o mercado de trabalho demorou mais de seis anos para retomar o pico anterior.
O Fed agora vê a taxa de desemprego dos EUA cair para 3,5%, perto de onde estava antes da pandemia, no final de 2023.
Para Clarida, uma próxima rodada de inflação será de forma geral transitória, embora o ritmo dos aumentos de preços possa ficar "um pouco acima da nossa meta de longo prazo de 2%", talvez até 2023. Se isso ocorrer, será o mais longo período de inflação na meta do Fed ou acima dela desde que se passou a perseguir um objetivo de inflação, o que foi anunciado em 2012.
Isso "seria inteiramente consistente com o novo quadro" que o Fed estabeleceu em agosto passado para garantir o cumprimento de sua meta de inflação após anos sem atingi-la, com a promessa de taxas de juros mais baixas e mais apoio econômico do que, em outro cenário, poderia ser esperado, disse Clarida.
(Por Howard Schneider)
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