Dólar sobe com exterior e atento a xadrez político com CPI da Covid
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha alta nos primeiros negócios desta sexta-feira, seguindo movimento externo enquanto operadores locais avaliavam impactos sobre a discussão orçamentária decorrentes da CPI da Covid a ser instalada pelo Senado por determinação de ministro do STF.
O dólar à vista subia 0,97%, a 5,6281 reais, às 9h39.
No exterior, o índice da moeda norte-americana subia 0,3%, após quedas recentes. O dólar ganhava praticamente ante todos os seus principais pares, em meio a um salto nos rendimentos dos Treasuries, cuja queda na véspera deprimiu a divisa dos EUA em todo o mundo, inclusive no Brasil.
Do lado doméstico, a saga do Orçamento ganhou elemento novo com a determinação pelo ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), de instalação pelo Senado da CPI da Covid, que terá como objetivo apurar supostas omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia, em decisão vista pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), como equivocada e que poderá atrapalhar os esforços de combate à doença.
"Não teria momento pior para isso (a instalação da CPI) acontecer", disse Roberto Motta, responsável pela mesa de derivativos da Genial Investimentos, numa referência ao que ele chamou de "novela infindável" do Orçamento.
"O poder de barganha do Senado aumentou com a chegada da CPI... Talvez a solução seja dar mais espaço para o centrão", completou o especialista, para quem o grupo de parlamentares quer diminuir a influência do ministro da Economia, Paulo Guedes, no governo. Guedes é visto como a "âncora fiscal" no governo Bolsonaro, ao passo que o centrão trabalha nos bastidores por mais gastos.
As revisões de começo de mês nas projeções para o dólar prosseguem. O Safra elevou a estimativa de fim de ano para a moeda de 5,00 reais para 5,50 reais.
"O real segue depreciado, refletindo tanto a incerteza do cenário político e fiscal local. (...) A imprevisibilidade de algumas políticas públicas e do compromisso fiscal em face dos desafios da pandemia, combinada ao cenário externo, tem pressionado o câmbio, levando-nos a revisar nossa expectativa", disse o banco.
(Por José de Castro)
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