Economia dos EUA acelera no 4º tri e registra em 2021 melhor crescimento desde 1984
WASHINGTON (Reuters) - O crescimento econômico dos Estados Unidos acelerou no quarto trimestre, uma vez que as empresas reabasteceram os estoques esgotados para atender à forte demanda por bens, ajudando a atividade do país a registrar seu melhor desempenho em quase quatro décadas em 2021.
O Produto Interno Bruto (PIB) aumentou a uma taxa anualizada de 6,9% no último trimestre, informou o Departamento de Comércio nesta quinta-feira em sua estimativa preliminar do PIB, após um ritmo de crescimento de 2,3% no terceiro trimestre.
Economistas consultados pela Reuters previam crescimento de 5,5% do PIB. As estimativas variaram de 3,4% a 7,0%.
A economia cresceu 5,7% em 2021 como um todo, desempenho mais forte desde 1984. Ela havia registrado contração de 3,4% em 2020, maior queda em 74 anos.
O crescimento no ano passado foi alimentado por estímulos fiscais massivos, assim como juros muito baixos. O ímpeto, no entanto, parece ter desacelerado em dezembro em meio a um surto de infecções por Covid-19, impulsionado pela variante Ômicron, que contribuiu para reduzir os gastos e interromper a atividade em fábricas e empresas de serviços.
O crescimento robusto do ano passado apoia o pivô do Federal Reserve, o banco central dos EUA, em direção a elevação dos juros em março.
O chair do Fed, Jerome Powell, disse a repórteres na quarta-feira, após reunião de política monetária de dois dias, que "a economia não precisa mais de níveis altos e sustentados de apoio da política monetária" e que "em breve será apropriado aumentar" os juros.
A forte recuperação do crescimento no ano passado pode oferecer algum ânimo ao presidente Joe Biden, cuja popularidade tem caído em meio a uma agenda econômica doméstica paralisada, após o Congresso dos EUA não aprovar seu projeto investimento de 1,75 trilhão de dólares.
É TUDO SOBRE ESTOQUES
O investimento em estoques foi responsável pela maior parte da expansão do crescimento do PIB norte-americano no quarto trimestre. Empresas haviam sofrido redução nos estoques desde o início de 2021. Os gastos mudaram de serviços para bens durante a pandemia, gerando um "boom" de demanda que pressionou as cadeias de suprimentos.
O crescimento no último trimestre também foi impulsionado por um salto nos gastos do consumidor em outubro, antes de recuar consideravelmente com a disseminação da Ômicron pelo país. Os gastos do consumidor, que representam mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, têm sido prejudicados pela escassez de veículos e outros bens. A escassez global de chips está afetando a produção.
A redução do poder de compra das famílias, com a inflação bem acima da meta de 2% do Fed, também impactou os gastos do consumidor no final do quarto trimestre.
O surto de infecções por coronavírus com a variante Ômicron também impactou o mercado de trabalho, embora isso deva ser temporário. Empregadores estão desesperados por trabalhadores, com 10,6 milhões de vagas em aberto nos EUA no final de novembro.
Relatório separado do Departamento do Trabalho mostrou nesta quinta-feira que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 30 mil, para uma taxa sazonalmente ajustada de 260 mil durante a semana encerrada em 22 de janeiro.
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