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XP dobra projeção de crescimento do PIB do Brasil, mas revisa estimativas de inflação para cima

PIB pode crescer mais do que o previsto, mas inflação também deve ser maior do que o projetado - Getty Images
PIB pode crescer mais do que o previsto, mas inflação também deve ser maior do que o projetado Imagem: Getty Images

19/05/2022 15h24

A XP dobrou sua estimativa para a taxa de expansão econômica brasileira em 2022, a 1,6%, embora tenha elevado suas projeções de inflação para este ano e o próximo devido à materialização de riscos como a adoção de lockdowns de combate à Covid-19 na China.

A revisão para cima do PIB ante o avanço de 0,8% previsto anteriormente veio depois de sinais de forte crescimento da atividade nos últimos meses, "na esteira da reabertura econômica, da recuperação sólida do emprego, do avanço da renda disponível das famílias e do salto nos preços das commodities", disse a XP em relatório com data desta quinta-feira assinado pelo economista Rodolgo Margato.

No entanto, a XP ainda vê desafios na frente inflacionária, e subiu a 9,2% e 4,5%, respectivamente, suas estimativas de inflação para este ano e o próximo. Os prognósticos anteriores da instituição financeira para a alta do IPCA eram de 7,4% em 2022 e 4,0% em 2023.

"Em nosso último relatório mensal, discutimos e quantificamos o viés altista para a nossa projeção de inflação. Desde então, muitos dos riscos elencados se materializaram ou tiveram aumento considerável da probabilidade de ocorrência", disse a XP em relatório separado também com data desta quinta-feira, assinado pela economista Tatiana Nogueira.

"Destaque para o agravamento das rupturas das cadeias de suprimentos globais devido às medidas de lockdown na China, a pressão nos preços de combustíveis e serviços acelerando com a reabertura da economia", completou a XP.

Com a revisão de cenário, a instituição passa a projetar a inflação ainda mais acima dos centros das metas perseguidas pelo Banco Central — de 3,5% para este ano e 3,25% para o seguinte. Os objetivos têm margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.