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MRV prevê aceleração de lançamentos no 2º semestre após ajustes no Casa Verde e Amarela

13/07/2022 18h14

SÃO PAULO (Reuters) - A MRV previu nesta quarta-feira forte alta de seus lançamentos no segundo semestre deste ano, turbinadas pelos ajustes no programa federal Casa Verde e Amarela.

"A expectativa da companhia é de uma aceleração significativa dos lançamentos no segundo semestre do ano", afirmou a MRV em comunicado.

O Conselho Curador do FGTS anunciou semana passada o aumento dos limites de renda familiar mensal para candidatos ao programa habitacional, o que pode ampliar o acesso de dezenas de milhares de famílias. Além disso, o conselho aprovou mudanças no programa Pró-Cotista, com redução na taxa de juros.

Segundo o co-presidente da MRV&Co Rafael Menin, esse conjunto, aliado a medidas que devem sair nas próximas semanas, como o aumento do prazo do financiamento, de 30 para 35 anos, deve elevar em cerca de 15% a 20% o poder de compra das famílias interessadas em comprar um imóvel financiado.

"Isso deve permitir que a gente aumente os volumes de vendas e também repasse aumentos de preços que, para nós já chegam a cerca de 30% nos últimos dois anos", disse ele à Reuters.

Segundo o executivo, devido à escalada dos preços durante a pandemia de insumos usados na construção civil, como aço e produtos de acabamento, e à falta de ajuste nos parâmetros dos valores do programa federal, a MRV tem reduzido lançamentos e mudado as categorias de outros empreendimentos para faixas de preços maiores.

Ainda assim, a MRV teve no final de 2021 e no começo deste ano os piores níveis de margem bruta de sua história. Nesse período, essa pressão foi compensada pelo bom desempenho da unidade da MRV nos Estados Unidos, Resia, novamente destaque no segundo trimestre.

De abril a junho, as vendas totais da MRV&Co somaram 2,6 bilhões de reais, aumento de 26,2% ante mesma etapa de 2021. Sozinha, a Resia respondeu por quase 1 bilhão de reais, com um salto de 162% ano a ano.

Por outro lado, os lançamentos do conglomerado no trimestre caíram 11,6% no comparativo anual, a 2,12 bilhões de reais.

A melhora a partir de junho já permitiu que o grupo tivesse uma geração de caixa de 317,3 milhões de reais no segundo trimestre, após ter queimado 817,1 milhões no trimestre imediatamente anterior, quando comprou mais insumos, temendo aumentos adicionais de preços.

"Nossa sensação sobre custos é de que o pior já passou", disse Menin.

Para o segundo semestre, além de maiores lançamentos e vendas de imóveis no Brasil, a MRV&Co deve se beneficiar da venda de mais um ou dois empreendimentos da Resia, disse Menin.