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Ibovespa avança com apoio de Petrobras, mas fecha distante da máxima com piora de NY

18/07/2022 17h45

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira pelo segundo pregão seguido, apoiado particularmente no avanço de Petrobras, mas distante da máxima da sessão diante do enfraquecimento das bolsas norte-americanas.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,38%, a 96.916,13 pontos. Mais cedo, no melhor momento, chegou a 98.291,10 pontos (+1,8%). Na mínima, chegou a 96.552,61 pontos.

O volume financeiro somou 17,8 bilhões de reais, abaixo da média diária do mês, de 22,9 bilhões de reais, e do ano, de 29,6 bilhões de reais.

A bolsa paulista abriu ainda refletindo a percepção de que o Federal Reserve (Fed) deve manter o ritmo de alta dos juros em 0,75 ponto percentual no final do mês, e não 1 ponto como se aventou após dados mais fortes de inflação na semana passada.

Notícias sobre medidas na China para apoiar o setor imobiliário também corroboraram os ganhos, assim como resultados de bancos nos Estados Unidos, entre eles o do Goldman Sachs.

Em Nova York, o S&P 50 chegou a avançar 1%, mas no começo da tarde perdeu fôlego, fechando com queda de 0,8%, pressionado particularmente pela Apple após a Bloomberg reportar que a empresa vai desacelerar contratações.

Na visão de Pedro Menezes, membro do comitê de investimento de ações e sócio da Occam Brasil, ninguém está acreditando em "melhora sustentável" do mercado norte-americano, principalmente após a notícia da Apple.

A movimentação da Apple reforça preocupações com a atividade econômica global, já exacerbadas pela persistência das pressões inflacionárias e a provável resposta mais rígida de bancos centrais no mundo, especialmente o Fed.

De acordo com Marco Ribeiro Noernberg, sócio e chefe de renda variável na Manchester Investimentos, também pesou no mercado a possibilidade de um corte do gás russo para a União Europeia, dado o potencial efeito no crescimento do bloco.

O índice acionário pan-europeu STOXX 600 afastou-se das máximas no fechamento após notícia de que a russa Gazprom disse a clientes na Europa que não pode garantir o fornecimento de gás por causa de circunstâncias "extraordinárias".

DESTAQUES

- PETROBRAS PN subiu 2,29% e PETROBRAS ON avançou 3,33%, embaladas pela alta dos preços do petróleo no exterior, que beneficiou também outras empresas do setor. PETRORIO ON avançou 6,71% e 3R PETROLEUM ON valorizou-se 2,26%. A Petrobras também anunciou nesta segunda-feira que realizará em 19 de agosto uma assembleia de acionistas para avaliar a nova lista de candidatos ao conselho de administração.

- VALE ON fechou em alta de 0,53%, na esteira da alta dos preços do minério de ferro na Ásia, com os contratos futuros nas bolsas de Dalian e Cingapura voltando a negociar acima da marca de 100 dólares nesta segunda-feira, após a China tentar aliviar preocupações relacionadas às dificuldades financeiras enfrentadas pelo setor imobiliário. CSN MINERAÇÃO ON cedeu 0,3%.

- RUMO ON avançou 2,93%. Na última sexta-feira, a operadora ferroviária anunciou ao mercado que vendeu 80% de sua subsidiária EPSA, que administra os terminais 16 e 19 em Santos, para a operadora CLI por 1,4 bilhão de reais. O negócio será viabilizado por meio de um aumento de capital na CLI pelo fundo australiano Macquarie, que por sua vez passará a compartilhar o controle da CLI com o fundo IG4 Capital Investimentos, atuais acionistas.

- ECORODOVIAS ON avançou 2,29%, tendo no radar que a sua controlada indireta Eco101 protocolou junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) intenção de colocar trecho da BR-101 para relicitação. A relicitação envolve a "extinção amigável" do contrato de concessão, bem como um termo aditivo com novas condições contratuais até a nova licitação do empreendimento.

- EZTEC ON caiu 5,88%, tendo de pano de fundo prévia operacional do segundo trimestre da construtora, com queda de 20% nas vendas líquidas frente ao mesmo período do ano passado, para 229 milhões de reais, em desempenho que analistas, entre eles os do Credit Suisse e do Itaú BBA, consideraram fraco. O índice o setor imobiliário, que também inclui ações de empresas de shopping centers, cedeu 0,8%.

(Por Paula Arend Laier; edição de André Romani)