Arrecadação federal cresce 7,5% em julho e tem recorde para o mês
Por Isabel Versiani
BRASÍLIA (Reuters) -A arrecadação do governo federal voltou a bater recorde em julho, com alta real de 7,47% sobre o mesmo mês do ano passado, ainda beneficiada pelo maior recolhimento das empresas ligadas à exploração de commodities, em particular petróleo, mostraram números divulgados pela Receita Federal nesta sexta-feira.
A arrecadação somou 202,588 bilhões de reais no mês passado, maior resultado para o mês da série histórica da Receita corrigida pela inflação, iniciada em 1995.
De janeiro a julho, o crescimento real foi de 10,44%, somando 1,292 trilhão de reais, também com o desempenho mais forte para o período da série.
O crescimento da arrecadação se deu a despeito de desonerações promovidas pelo governo no IPI e o PIS-Cofins sobre combustíveis, que somadas tiveram impacto negativo de 3,9 bilhões de reais sobre as receitas do mês, segundo o fisco.
As receitas administradas pela Receita cresceram 5,2% em termos reais em julho, para 181,3 bilhões de reais, enquanto aquelas administradas por outros órgãos, com peso grande do recolhimento de royalties sobre a exploração de petróleo, subiram 31,4%, a 21,3 bilhões de reais.
No geral, os setores da economia em que a arrecadação mais cresceu no mês foram combustíveis, com alta de 88% sobre julho do ano passado, para 10 bilhões de reais, e extração de petróleo e gás (+197,6%, a 1,243 bilhão de reais) --cujos preços internacionais têm se mantido elevados em meio à guerra da Ucrânia.
A Receita também destacou a alta de 52,5% do recolhimento do imposto de renda sobre rendimentos de capital, que somou 6,376 bilhões de reais, impulsionado principalmente pela arrecadação dos investimentos em renda fixa, cuja rentabilidade tem aumentado em meio à elevação da taxa básica de juros.
A arrecadação bateu recordes em todos os meses deste ano. O coordenador de Previsão e Análise da Receita Federal, Marcelo Gomide, afirmou que a expectativa é de desaceleração da alta nos meses à frente, uma vez que a base de comparação do segundo semestre de 2021, quando as receitas já tinham ganho tração após o baque maior da pandemia, é mais elevada.
A expectativa do governo é que as receitas administradas fechem o ano com crescimento de 4% a 5%, com a alta total podendo ficar acima disso com o impulso da taxação do petróleo.
(Por Isabel Versiani; edição de Luana Maria Benedito e José de Castro)
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