PT quer formar bloco próprio e Lula terá relação diferente com Lira, diz membro da transição
Por Bernardo Caram
BRASÍLIA (Reuters) - O novo governo não vai terceirizar sua operação política ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta quarta-feira o deputado eleito Lindbergh Farias (PT-RJ), membro do grupo técnico de "centro de governo" na transição, ressaltando que o PT quer formar um bloco próprio de partidos no Congresso, não um “blocão” sugerido por Lira.
Na terça-feira, o PT decidiu anunciar apoio à reeleição de Lira, aliado de Jair Bolsonaro no atual governo, para presidência da Câmara. Para o deputado, porém, a relação será diferente da observada entre o parlamentar e a gestão Bolsonaro.
“Uma coisa é apoiar o Lira, mas a gente quer montar a nossa base. O Lira no governo Bolsonaro era uma espécie de primeiro-ministro, não era só presidente da Câmara, era presidente da Câmara e grande operador político na Câmara dos interesses do governo Bolsonaro. Com a gente vai ser diferente, ele vai ser presidente da Câmara, mas a gente não quer terceirizar a operação política e os projetos de interesse do governo com o Lira”, afirmou.
Por isso, para o deputado, um posto chave para Lula indicar, além do ministro da Fazenda, seria o ministro responsável pela articulação política do novo governo.
Sobre a formação de um bloco de sustentação no Congresso, ele afirmou que o PT buscará formar maioria para votar projetos de interesses do governo eleito.
“O Lira fala muito de um blocão, nós não queremos participar de um bloco com o PL (partido de Bolsonaro)", afirmou. "Todo governo quando começa monta sua base, discute participação no governo, mas monta sua base. A gente está querendo montar essa base com os partidos que nos apoiaram no segundo turno, com o PSD, União Brasil, MDB. Se a gente monta essa base, é o maior bloco da Câmara.”
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