Eisai e Biogen conseguem aprovação para remédio contra Alzheimer nos EUA
Por Julie Steenhuysen e Deena Beasley
(Reuters) - A Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês) aprovou na sexta-feira o remédio contra Alzheimer lecanemab, desenvolvido pela Eisai Co Ltd e pela Biogen Inc para pacientes nos estágios iniciais da doença mental degenerativa.
Eisai e Biogen disseram neste sábado que a farmacêutica japonesa havia entrado com pedido para aprovação completa da FDA para o remédio.
O medicamento, que será vendido sob a marca Legembi, pertence a uma classe de tratamento que busca desacelerar o avanço da doença neurodegenerativa retirando tufos pegajosos da proteína tóxica beta-amilóide do cérebro.
Quase todos os experimentos anteriores de remédios usando a mesma abordagem haviam falhado.
“Essa notícia é incrivelmente importante”, disse o médico Howard Fillit, cientista chefe da Alzheimer’s Drug Discovery Foundation.
“Nossos anos de pesquisa sobre o que é possivelmente a mais complexa doença de seres humanos está dando resultado e nos dá esperança de que possamos tornar o Alzheimer não apenas tratável, mas também evitável”.
A Eisai disse que o remédio seria lançado a um preço anual de 26.500 dólares.
A empresa japonesa afirmou que também planeja pedir autorização para o Legembi no Japão e na União Europeia, até o fim do seu ano comercial, em 31 de março, com a esperança de receber uma aprovação da autoridade japonesa até o fim do ano.
A Eisai estima que o número de pacientes nos EUA elegíveis para o remédio chegaria a cerca de 100.000 dentro de três anos, aumentando gradualmente a partir desse patamar no médio e longo prazo.
“Nossa suposição é que o número de pacientes globais elegíveis para o remédio crescerá para cerca de 2,5 milhões até aproximadamente 2030”, disse o CEO da Eisai, Haruo Naito, a repórteres e analistas neste sábado em Tóquio.
“O novo remédio pode não gerar um lucro significativo imediatamente após o lançamento, mas começará a contribuir para nosso lucro na segunda metade do segundo ano ou do terceiro ano”, disse, sem apresentar números concretos.
(Por Deena Beasley em Los Angeles e Bhanvi Satija em Bengaluru, reportagem adicional Jaiveer Shekhawat em Bengaluru e Yuka Obayashi em Tóquio)
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