Ministério reconhece preocupação com migração de garimpeiros, mas prioridade é Terra Yanomami
Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério dos Povos Indígenas afirmou nesta quarta-feira que reconhece o temor que cerca a migração de garimpeiros ilegais para outras terras indígenas, mas ponderou que no momento a prioridade está centrada na Terra Yanomami, dada a gravidade da situação.
Em nota, a pasta considerou "genuína" a preocupação de demais povos das áreas adjacentes, e prometeu acionar, "imediatamente" as forças policiais caso sejam comprovadas invasões ou migrações de pessoas para explorar o garimpo ilegal em outros territórios indígenas.
"O Ministério dos Povos Indígenas esclarece que reconhece a necessidade de fiscalização e inclusão destes territórios no plano de desintrusão, porém neste momento, diante da grave crise humanitária e sanitária enfrentada pelo povo yanomami e, a partir da capacidade ainda limitada de recursos, a prioridade segue sendo o esvaziamento e o combate dos garimpos dentro do território indígena Yanomami", disse o ministério.
"A TI Yanomami é também mais urgente e sensível devido à sua extensão e localização geográfica, aos altos índices de violação de direitos humanos registrados, por possuir os mais altos índices de óbitos por desnutrição e desassistência em saúde e segurança, além de também contar presença de povos indígenas isolados e de recente contato."
O garimpo é um problema antigo na região. Quando a reserva foi demarcada e reconhecida pelo governo em 1992, as autoridades montaram uma operação para expulsar milhares de garimpeiros. No entanto, eles voltaram à área em números expressivos sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que defendia a mineração em terras indígenas e cujo governo fechou os olhos para invasões de reservas por garimpeiros e madeireiros ilegais.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou emergência de saúde para os yanomami e planejou uma força-tarefa envolvendo militares, policiais, órgãos de proteção do meio ambiente e dos povos indígenas. As ações do governo incluem força-uma fase coercitiva iniciada na semana passada, para a retirada de garimpeiros ilegais das terras Yanomami.
O Ministério dos Povos Indígenas afirmou ainda, na nota, segue trabalhando com governo federal e demais órgãos competentes para "conter a ostensiva ameaça aos territórios próximos à região de desintrusão".
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