Ibovespa recua com ajustes após três altas seguidas
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, refletindo ajustes após três altas seguidas, com BRF e Marfrig entre as maiores baixas, enquanto MRV&Co disparou na esteira de prévia operacional com vendas robustas e queima de caixa menor no primeiro trimestre.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,4%, a 106.457,85 pontos. O volume financeiro somou 22,2 bilhões de reais.
Até a véspera, o Ibovespa acumulava na semana alta de 6%, refletindo perspectivas relacionadas à taxa Selic, em meio à desaceleração recente do IPCA, bem como algum alívio nas incertezas fiscais após a apresentação da proposta de um novo arcabouço que substituirá a regra do teto dos gastos.
De acordo com César Mikail, gestor de renda variável da Western Asset, com o IPCA, divulgado na terça-feira, criou-se a expectativa de que o Banco Central, mantida essa tendência de desaceleração da inflação, tem espaço para reduzir a Selic já no começo do segundo semestre. "Isso deu um alento."
O noticiário norte-americano tem contribuído com a melhora do apetite a risco que beneficia as ações brasileiras, com moderação na inflação recente e dados mostrando certa acomodação no mercado de trabalho. Esse cenário apoia expectativas de que o fim do ciclo de altas de juro nos Estados Unidos pode estar próximo.
O índice de preços ao consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês), conhecido na quarta-feira, ficou um pouco abaixo do esperado.
Em Wall Street, nesta quinta-feira, que contou ainda com dados de preços ao produtor, o S&P 500 subiu mais de 1%.
O gestor da Western Asset ainda chamou a atenção para dados na China no começo da semana, de inflação mais fraca. Segundo ele, a leitura "mostra que aquele país tem mais espaço para estímulos para acelerar a economia". E essa perspectiva, acrescentou, beneficia preços de commodities e acaba ajudando o Brasil.
DESTAQUES
- BRF ON cedeu 7,64%, a 6,29 reais, com analistas do Bank of America cortando a recomendação das ações a "underperform" e reduzindo o preço-alvo de 9 para 6,3 reais. MARFRIG ON recuou 7,05%, a 6,33 reais. Em outro relatório, o BofA manteve a recomendação "neutra" para os papéis, mas o preço-alvo caiu de 9 para 7,6 reais.
- VALE ON caiu 1,35%, a 79,51 reais, com o contrato futuro de minério de ferro mais negociado em Dalian, na China, encerrando as negociações diurnas desta quinta-feira com queda de 3,1%, a 769 iuanes (111,89 dólares) a tonelada.
- MRV&CO ON disparou 6,56%, a 7,64 reais, após a construtora registrar no primeiro trimestre maior venda para o período na história da empresa, em um desempenho que ajudou a companhia a manter redução de queima de caixa em relação a trimestres anteriores.
- TOTVS ON perdeu 6,06%, a 26,68 reais, em meio a preocupações com os impactos da desaceleração da inflação no Brasil, particularmente o IGP-M, mas também o IPCA, na receita da companhia de software, dado o efeito no reajuste dos contratos do sistema ERP da empresa. Até a véspera, a ação subia 3,6% no ano, contra queda de 2,6% do Ibovespa no período.
- CCR ON avançou 2,5%, a 13,52 reais, endossada por relatório do UBS BB elevando a recomendação das ações para "compra" e subindo o preço-alvo de 14,40 para 16,50 reais.
- PETROBRAS PN terminou o dia com acréscimo de 0,7%, a 26,03 reais, apesar da queda dos preços do petróleo no exterior. A companhia também divulgou que concluiu a transferência de sua participação no Polo Norte Capixaba para a Seacrest, em desinvestimento que havia sido assinado em março do ano passado.
- ITAÚ UNIBANCO PN fechou estável, a 25,64 reais, enquanto BRADESCO PN teve variação positiva de 0,07%, a 13,81 reais.
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