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Senado dos EUA quer aprovação rápida de projeto de lei do teto da dívida

01/06/2023 08h40

Por Richard Cowan e David Morgan

WASHINGTON (Reuters) - O Senado dos Estados Unidos deve analisar nesta quinta-feira o projeto de lei sobre o teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares do governo, faltando apenas quatro dias para aprovar a medida e enviá-la ao presidente democrata Joe Biden para sanção, evitando um calote catastrófico.

Os líderes democrata e republicano na Casa prometeram fazer tudo o que puderem para acelerar o projeto de lei negociado por Biden e o presidente da Câmara dos Deputados, republicano Kevin McCarthy, que suspende o limite da dívida até 1º de janeiro de 2025 em troca de um teto para os gastos.

Resta saber se algum membro de seus respectivos campos, particularmente os republicanos linha-dura irritados com o fato de o projeto de lei não incluir cortes de gastos mais profundos, vai usar regras enigmáticas do Senado para tentar retardar sua aprovação.

O Departamento do Tesouro alertou que não poderá pagar todas as suas contas em 5 de junho se o Congresso não agir.

A Câmara, controlada pelos republicanos, aprovou o projeto na noite de quarta-feira por 314 votos a 117. McCarthy perdeu o apoio de dezenas de seus colegas republicanos.

"Assim que este projeto de lei chegar ao Senado, tentarei levá-lo ao plenário o mais rápido possível", disse o líder da maioria, Chuck Schumer, na quarta-feira.

O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, também sinalizou que trabalhará para uma aprovação rápida, dizendo: "Terei orgulho de apoiá-lo sem demora."

Os correligionários democratas de Biden controlam o Senado por uma estreita margem de 51 a 49. As regras da Casa exigem 60 votos para avançar a maior parte das legislações, o que significa que pelo menos nove votos republicanos são necessários para aprovar a maioria dos projetos de lei, incluindo o acordo do teto da dívida.

A medida enfrenta oposição da direita, com alguns republicanos irritados porque os cortes de gastos não foram mais profundos; e da esquerda, com alguns democratas se opondo aos novos requisitos de trabalho impostos em alguns programas contra a pobreza. Mas a maioria dos parlamentares reconheceu que não poderia tolerar a perspectiva de entrar em default.

Schumer e McConnell estavam trabalhando nos bastidores para dissuadir os oponentes de erguer barreiras processuais que atrasariam a aprovação.

Normalmente, em projetos de lei importantes e controversos como este, os dois líderes do Senado encontram uma maneira de permitir que apenas alguns senadores rebeldes de cada partido ofereçam emendas sob procedimentos acelerados, sabendo que não terão os votos para aprovação.

Qualquer alteração do Senado no projeto de lei neste estágio significaria que ele teria que voltar à Câmara para aprovação final, um atraso que poderia tornar realidade o primeiro calote do governo dos EUA.