Ibovespa titubeia após encostar em 118 mil pontos com exterior favorável
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa titubeava nesta terça-feira, em meio a movimentos de realização de lucros, mas com um cenário externo favorável a ativos de risco, com dados de inflação corroborando apostas de pausa no ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos e medidas na China para apoiar o crescimento econômico.
Às 12:01, o Ibovespa subia 0,17 %, a 117.540,8 pontos, em sessão véspera de vencimento de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro. Na máxima até o momento, chegou a 117.924,06 pontos (+0,5%). Na mínima, recuou a 117.025,12 pontos (-0,27%). O volume financeiro somava 8,5 bilhões de reais.
Nos EUA, o índice de preços ao consumidor aumentou 0,1% no mês passado, após avanço de 0,4% em abril, em resultado que ficou abaixo das expectativas no mercado, que apontavam alta de 0,2%, o que alimentava as apostas de estabilidade dos juros norte-americanos nesta semana.
De acordo com a XP Investimentos, os mercados esperam amplamente que o Federal Reserve anuncie na quarta-feira uma interrupção no ciclo de alta de juros pela primeira vez desde janeiro de 2022. "Concordamos com essa visão e os dados de hoje são consistentes com uma pausa", disse em relatório a clientes.
Após os dados, os operadores precificaram totalmente que o banco central norte-americano manterá os juros na faixa de 5% a 5,25% na quarta-feira, enquanto esperam uma chance de 60% de uma alta de 25 pontos-base em julho, de acordo com a ferramenta Fedwatch do CME.
Em Wall Street, o S&P 500 mostrava elevação de 0,52%, renovando máximas de um ano.
Na China, o banco central reduziu uma taxa de empréstimo de curto prazo pela primeira vez em 10 meses para ajudar a restaurar a confiança do mercado e sustentar a recuperação pós-pandemia na segunda maior economia do mundo. O corte sinaliza uma possível redução das taxas de longo prazo na próxima semana.
Para a Guide Investimentos, a decisão, além de estimular a atividade, também serviu como sinal de que as autoridades chinesas estão buscando mais crescimento.
DESTAQUES
- VALE ON avançava 1,55%, a 68,16 reais, conforme os contratos futuros do minério de ferro nas bolsas de Cingapura e Dalian se recuperaram nesta terça-feira, com a melhora do sentimento do mercado depois que o BC da China, maior produtora de aço do mundo, reduziu a taxa de empréstimo de curto prazo.
- EMBRAER ON avançava 2,75%, a 20,21 reais. Citando a proximidade do Paris Air Show, nos dias 19 e 25 de junho, analistas do JPMorgan -- que já tem "overweight" para os papéis -- recomendaram adicionar posições em Embraer, afirmando que esperam um fluxo positivo de notícias sobre novos pedidos, especialmente na aviação comercial. Analistas do Citi também elevaram o preço-alvo dos ADRs da empresa de 15,75 para 16,50 dólares
- PETROBRAS PN tinha variação negativa de 0,68%, a 28,82 reais, mesmo em dia de alta dos preços do petróleo no exterior. PRIO ON, por sua vez, registrava elevação de 2,38%.
- ITAÚ UNIBANCO PN mostrava acréscimo de 1,16%, a 27,82 reais, e BRADESCO PN subia 0,84%, a 16,86 reais. Analistas do UBS BB elevaram os preço-alvo de Itaú de 35 para 36 reais e reiteraram recomendação de compra, assim como para Bradesco, que permaneceu com o preço-alvo de 21 reais. No radar também estava decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre pagamento de PIS/Cofins.
- SANTANDER BRASIL UNIT valorizava-se 1,34%, a 30,22 reais, após queda de mais de 3% na véspera, quando antecipou decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre pagamento de PIS/Cofins. Mais cedo o banco disse que o valor total estimado dos processos é de 4,5 bilhões de reais antes de impostos e que irá decidir sobre medidas cabíveis. O UBS BB também elevou o preço-alvo das units de 29 para 31 reais, mas manteve a recomendação "neutra".
- ENEVA ON perdia 3,57%, a 11,87 reais, tendo como pano de fundo corte na recomendação das ações para "underperform" por analistas do Bradesco BBI, que avaliam que as ações continuarão pressionadas em 2023, por fatores como aumento do ICMS no Maranhão e incertezas sobre a capacidade de leilão esperado para novembro. Eles ainda reduziram o preço-alvo de 15 para 9,7 reais.
- GOL PN recuava 4,37%, a 10,07 reais, em sessão mais negativa para papéis cíclicos domésticos, com CVC BRASIL ON cedendo 3,12% e AZUL PN caindo 3,38%. A Azul lançou nesta terça-feira oferta para troca de títulos de dívidas sênior existentes com vencimentos em 2024 e 2026 por papéis que expiram em 2029 e 2030, respectivamente.
- AMERICANAS ON, que não está no Ibovespa, disparava 9,48%, a 1,27 reais, tendo no radar informações sobre relatório de assessores jurídicos divulgado pela companhia indicando que as demonstrações financeiras da varejista vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da empresa. O presidente-executivo da Americanas, Leonardo Coelho Pereira será ouvido nesta tarde na CPI sobre a varejista, em sessão prevista para começar 15h.
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