Ibovespa tem alta discreta apoiada em Petrobras

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa tinha uma alta discreta na manhã desta quinta-feira, em performance puxada principalmente pelo avanço das ações da Petrobras e endossada pela queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano.

Às 10h30, o Ibovespa subia 0,2%, a 128.013,53 pontos. O volume financeiro somava 1,37 bilhão de reais.

De acordo com o gestor Anand Kishore, da Daycoval Asset, a bolsa está mostrando um comportamento "um pouco mais de lado" nesta manhã, sem grandes notícias.

Na véspera, o Ibovespa fechou em alta, mas distante da máxima do dia, após o chair do Federal Reserve reconhecer que a inflação cedeu, mas esfriar apostas de que o banco central norte-americano começará a cortar os juros em março.

Investidores ainda digeriam as sinalizações da autoridade monetária dos EUA neste pregão, assim como analisavam a decisão do Banco Central brasileiro, conhecida após o fechamento, na qual confirmou expectativas ao reduzir a Selic a 11,25% ao ano.

Estrategistas do BTG Pactual afirmaram que, apesar do início de ano difícil, a combinação da queda das taxas de juros nos EUA e no Brasil podem preparar o terreno para que as ações brasileiras tenham um desempenho superior em 2024.

Eles ainda destacaram como um componente favorável para a bolsa paulista os múltiplos relativamente baratos.

Em janeiro, o Ibovespa caiu 4,79%, reflexo principalmente da saída líquida de estrangeiros com a reprecificação de apostas quanto aos próximos passos do Fed, após uma certa euforia no final de 2023, quando ganhou força a previsão de corte em março.

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Até o último dia 29, o saldo de capital externo no mercado secundário de ações no Brasil em 2024 estava negativo em 5,3 bilhões de reais, segundo os dados no site da B3.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN avançava 1,14%, a 40,91 reais, após renovar máximas históricas na véspera. A companhia anunciou na quarta-feira à noite que recebeu 1,819 bilhão de reais referentes a valores complementares de compensação "earnout" por investimentos nas áreas de Sépia e Atapu. A negociação das ações tinha como pano de fundo a alta do petróleo no exterior.

- VALE ON subia 0,32%, a 67,98 reais, após três quedas seguidas, período em que acumulou declínio de 2,5%. No exterior, os futuros do minério de ferro recuaram na China, mas subiram em Cingapura, com agentes financeiros continuaram avaliando as perspectivas de demanda no mercado chinês.

- ITAÚ UNIBANCO PN ganhava 0,17%, a 32,82 reais, e BRADESCO PN subia 0,26%, a 15,39 reais, tendo no radar balanços do setor na próxima semana. BTG Pactual abre a agenda antes da abertura na segunda-feira, enquanto Itaú divulga no mesmo dia, mas após o fechamento. Bradesco reporta na quarta-feira cedo e Banco do Brasil apresenta seu desempenho no final da quinta-feira. BANCO DO BRASIL ON avançava 0,87% e BTG PACTUAL UNIT mostrava acréscimo de 0,22%. No caso de BTG, também eram analisados os números do banco PAN no quarto trimestre, com lucro líquido ajustado foi de 195 milhões de reais. BANCO PAN PN, que não faz parte do Ibovespa, tinha elevação de 1,78%. O BTG detém 73,9% do Pan.

- GRUPO SOMA ON subia 3,41%, a 8,19 reais, e AREZZO ON avançava 4,94%, a 65,68 reais, conforme agentes financeiros continuam analisando tratativas entre os grupos de varejo de moda para uma eventual fusão de suas bases acionárias. Na véspera, os papéis dispararam com a notícia.

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- ELETROBRAS ON registrava queda de 0,76%, a 40,50 reais, com estrategistas do BTG Pactual excluindo os papéis da carteira de ações 10 SIM recomendada para fevereiro. No lugar, eles colocaram EQUATORIAL ON, que valorizava-se 0,51%.

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