Itália pode investir na montadora Stellantis, diz ministro

Por Giuseppe Fonte

ROMA (Reuters) - A Itália está aberta à compra de uma participação na montadora Stellantis, disse o ministro da Indústria, Adolfo Urso, nesta quinta-feira, ao definir planos para fornecer 950 milhões de euros em subsídios este ano para ajudar os motoristas a mudar para carros menos poluentes.

O novo esquema de incentivo ocorre após um confronto entre o governo de direita da Itália e a Stellantis, proprietária da Fiat, liderada pelo presidente-executivo da montadora, Carlos Tavares, sobre os níveis de produção no país.

Urso disse que a Stellantis havia se comprometido a aumentar a produção na Itália de volta ao nível de 1 milhão de veículos, um número atingido pela última vez em 2017. O total no ano passado foi de cerca de 750.000.

Ele voltou a sugerir que a Itália poderia repetir o governo francês, assumindo uma participação na montadora, cujas outras marcas incluem Peugeot e Jeep.

"Se Tavares afirma que a Itália precisa fazer o mesmo que a França, que aumentou seu investimento ativo na Stellantis, então eles podem pedir. Podemos discutir isso juntos", disse Urso aos repórteres nesta quinta-feira.

A Stellantis não quis comentar.

A França detém uma participação de 6% na Stellantis, grupo formado em 2021 pela fusão da Fiat Chrysler e do Grupo PSA, da França. A família italiana Agnelli é o maior investidor individual na Stellantis por meio da Exor.

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, disse na semana passada que a Stellantis -- que também tem grandes negócios na França e nos Estados Unidos -- às vezes agiu contra o interesse nacional.

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Quando era político da oposição no passado, Urso solicitou que o banco estatal Cassa Depositi e Prestiti (CDP) comprasse uma participação na Stellantis.

Em junho passado, o chairman da Stellantis, John Elkann, disse que sua empresa não precisava incluir o Estado italiano entre seus acionistas.

O grupo afirmou que a meta de produção de 1 milhão de unidades na Itália depende de vários fatores, incluindo a Itália gastar mais em incentivos, o desenvolvimento de uma rede de recarga de veículos elétricos e a redução dos custos de energia.

(Reportagem adicional de Giulio Piovaccari em Milão)

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