Entidade empresarial pede arbitragem contra Americanas e acionistas de referência

SÃO PAULO (Reuters) - O Instituto Ibero-Americano da Empresa fez um pedido de arbitragem contra a Americanas e seus acionistas de referência, o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira e citou que a demanda pode chegar a 20 bilhões de reais.

O pedido de arbitragem foi feito na Câmara de Arbitragem do Mercado da B3, afirmou a Americanas nesta quinta-feira, citando que ele busca a condenação da empresa e do trio por acusações que incluem violação de deveres fiduciários e prejuízos relacionados ao preço das ações da companhia.

A entidade também busca na arbitragem indenização dos acionistas da Lojas Americanas SA "por alegados prejuízos causados no contexto da combinação de negócios entre a Lasa e a B2W, e condenação dos acionistas de referência a indenizar a Americanas por alegados danos sofridos com a fraude em sua contabilidade".

O instituto afirmou em comunicado separado que, para garantir a indenização, reuniu cerca de 500 investidores que, "pessoalmente e por seu próprio direito", processarão a Americanas por meio de nova arbitragem a ser apresentada. Entre eles, há pequenos investidores, fundos de pensão e fundos de investimentos, afirmou a entidade empresarial.

O presidente do instituto, Eduardo Silva, afirmou no comunicado que as ações da Americanas eram cotadas em torno de 11 reais cada antes da revelação de inconsistências contábeis em seu balanço no início de 2023, e que atualmente o valor é próximo de 0,50 real.

"Talvez o preço de hoje seja mais próximo do valor real. E isso impõe indenização", afirmou Silva em nota.

O instituto tem casos envolvendo empresas como Oi, Natura, CVC e IRB, em que busca ressarcimento de prejuízos sofridos por acionistas minoritários, segundo informações da entidade.

(Por Patricia Vilas Boas)

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