Marinho diz que pacote fiscal incluirá taxação de super-ricos e isenção de IR para salários até R$5 mil

BRASÍLIA (Reuters) -O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que o pacote fiscal que será anunciado na noite desta quarta-feira pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, incluirá a taxação de super-ricos e a isenção de imposto de renda para pessoas que ganham salários de até 5 mil reais.

Indagado por jornalistas em entrevista coletiva em Brasília se a isenção do IR para salários de até 5 mil reais estará no pacote fiscal, Marinho respondeu: "(Estará) tudo. Supersalários, imposto para os super-ricos, vem tudo aí. Pacote completo".

Ele afirmou que o conteúdo do pacote que será anunciado por Haddad em pronunciamento à nação em cadeia de rádio e TV será "completamente diferente" do que vinha sendo ventilado.

"Hoje provavelmente o Haddad fará um pronunciamento e amanhã serão anunciados os detalhes, e lá têm as minhas digitais nos debates colocados, você poderão ver que é completamente diferente do que estava sendo anunciado até então", afirmou.

Marinho fez as declarações durante entrevista para comentar os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados mais cedo.

No mês passado, Marinho chegou a afirmar que entregaria seu cargo se a área econômica incluísse mudanças em benefícios trabalhistas sem consultá-lo previamente.

Nesta quarta-feira, o titular do Trabalho não respondeu se está satisfeito com o resultado final do conjunto de medidas, mas disse que não será um pacote de corte de gastos "puro e simples" e sim uma abordagem diferente para ajustar a velocidade de despesas com receitas.

Ele adiantou que não serão feitas mudanças de regras para a concessão do seguro-desemprego, mas não respondeu se haverá alterações no abono salarial.

Em um evento separado, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse não poder adiantar as medidas que serão anunciadas em respeito a pedido de sigilo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o conteúdo a toda a equipe ministerial, e afirmou que Marinho estava defendendo interesses da sua pasta.

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"Ele (Marinho) pode falar. Ele não é da equipe econômica", disse Tebet no lançamento do seu livro em Brasília. "Cada um faz a defesa dos seus interesses, é natural. Está todo mundo no mesmo barco, pensando no bem comum."

A ministra não disse em que momento será feito o detalhamento do pacote, mas disse que seria "no primeiro horário" na quinta-feira. Haddad tem uma reunião marcada com o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), às 9h45 para apresentar a líderes as medidas econômicas discutidas pelo governo federal.

(Reportagem de Victor Borges; reportagem adicional de Eduardo SimõesEdição de Isabel Versiani e Pedro Fonseca)

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