Justiça determina suspensão dos serviços de moto da Uber e da 99 em São Paulo

SÃO PAULO (Reuters) - A Justiça de São Paulo determinou nesta segunda-feira a suspensão dos serviços de transporte remunerado de passageiros por motocicletas na cidade de São Paulo ofertados pelas empresas Uber e 99 por meio de aplicativo, informa despacho.

O desembargador Eduardo Gouvêa, da 7ª Câmara de Direito Público, decidiu conceder parcialmente o efeito ativo do agravo ao analisar o processo interposto pela prefeitura de São Paulo.

Isso significa que, em princípio, Uber e 99 deverão se abster de prestar os serviços de transporte remunerado de passageiros por motocicletas na cidade de São Paulo.

O município paulista pediu ainda multa diária de 1 milhão de reais por descumprimento da decisão e pena de crime de desobediência, mas a solicitação não foi acatada pela Justiça.

Em nota, a 99 disse que suspendeu temporariamente a operação da 99Moto na cidade de São Paulo e que vai recorrer da decisão.

"A empresa lamenta que milhares de passageiros e motociclistas paulistanos perderão as oportunidades e benefícios que já são direito de mais de 40 milhões de pessoas em todo o Brasil", afirmou.

A Uber disse que, em conformidade com a decisão judicial, vai suspender temporariamente a operação da modalidade moto no município de São Paulo, mas que, ainda assim, vai recorrer à Justiça para retomar o serviço "o mais brevemente possível".

A 99, controlada pelo grupo chinês DiDi Global, e a empresa norte-americana Uber voltaram a operar recentemente o serviço de transporte de passageiros em motocicletas na cidade de São Paulo, apesar de forte oposição da prefeitura.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), assinou um decreto no início de 2023 proibindo o serviço popularmente conhecido como "mototáxi" na cidade, alegando preocupação com a segurança dos passageiros.

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A 99 diz que o serviço de transporte individual privado de passageiros por aplicativo, tanto para carros como para motos, é permitido no país, usando como base legal lei federal de 2018 que estabeleceu a Política Nacional de Mobilidade Urbana.

(Reportagem de Patricia Vilas Boas)

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