Desemprego é causa da inadimplência para 41% dos consumidores
Aumentou a proporção de consumidores - em especial os que ganham menos de dez salários mínimos mensais - que cita o desemprego como causa da inadimplência, segundo a pesquisa "Perfil do Inadimplente", realizada pela Boa Vista SCPC. O estudo também mostrou que um número menor de consumidores pretende voltar às compras após regularizar sua situação.
No quarto trimestre do ano passado, 41% dos inadimplentes citaram a falta de trabalho como o motivo principal para a falta de pagamento das contas. No mesmo período em 2014, essa fatia era de 35%.
O levantamento também mostrou que entre as famílias que ganham até dez salários, 47% citaram o desemprego como causa da inadimplência. Entre quem ganham acima de dez salários mensais essa proporção era menor, de 36%. Os dados, diz a Boa Vista, refletem a deterioração do mercado de trabalho observada ao longo do ano passado.
Outros motivos que levaram à inadimplência foram o descontrole financeiro (23%), empréstimo do nome a terceiros (13%) e queda da renda (11%), entre outros.
Com a situação financeira mais adversa, caiu - de 32% para 21% - a fatia de consumidores que pretende realizar novas compras depois de saldar suas dívidas. Outros 78% dos consumidores não pretendem realizar novas compras.
Segundo a pesquisa, a alimentação gerou a inadimplência para 18% dos entrevistados, seguido por aquisição de vestuário e calçados (18%) e pagamento de contas diversas (17%). A aquisição de móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, que foi apontada como principal causa nos últimos trimestres, desta vez foi citada por 16% dos entrevistados.
A forma de pagamento mais utilizada na compra que gerou a inadimplência foi o carnê/boleto, com 34% das citações, seguida por cartão de crédito (28%), cheque (14%), empréstimo pessoal (12%), cartão da loja (7%) e cheque especial (5%).
Quanto ao valor das dívidas, 31% dos consumidores disseram que a soma dos débitos em atraso é de até R$ 500, enquanto 51% têm entre R$ 500,01 e R$ 5.000 e 18% devem acima de R$ 5.000.
Quando perguntados sobre o nível de endividamento, 36% dos entrevistados na pesquisa da Boa Vista SCPC se declararam pouco endividados, 32% muito endividados e 32% mais ou menos endividados.
A renda familiar dos consumidores está comprometida até 25% com o pagamento de dívidas para 46% dos entrevistados, de 25% a 50% para 30% dos consumidores, e acima de 50% de comprometimento para 24% dos pesquisados.
A maioria dos entrevistados (81%) declarou possuir condições de pagar as dívidas vencidas e que geraram a restrição, 11% têm condição de pagar parte da dívida e 8% não têm condições de pagar. Dos que vão pagar totalmente, 57% irão regularizar a dívida de forma parcelada, dos quais 67% irão regularizar nos próximos 30 dias.
O levantamento revelou também que 31% dos inadimplentes declararam que suas dívidas diminuíram, enquanto para 37% continuam iguais e para 32% pioraram, percentuais que mostram certa estabilidade em relação ao resultado do ano anterior.
Entretanto, em relação à percepção da renda versus gastos para os próximos 12 meses, 70% responderam que a situação melhorará, seguida por 18% que acreditam que estará tudo igual e 12% que esperam piorar. Esse pessimismo era presente apenas em 2% dos entrevistados no quarto trimestre de 2014.
A pesquisa foi realizada de 23 de novembro a 2 de dezembro de 2015, com 1.017 consumidores.
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