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Juros futuros de longo prazo têm alta em dia de ajustes em contratos

03/08/2016 19h56

O movimento no mercado de juros voltou a se concentrar no DI com vencimento em janeiro/2021, onde são montadas as posições relacionadas à percepção de risco sobre a evolução da política econômica. Esse vértice liderou o giro do pregão, com 130.570 contratos - que caminha para consolidar-se como o maior volume desse vencimento desde o dia 30 de junho. E sua taxa voltou a subir, sob efeito do noticiário fiscal, que traz elementos de preocupação a respeito da evolução das reformas desejadas pelo governo.

Há dois dias, o giro de negócios no DI janeiro/2021 é destaque. Esse contrato terminou a sessão com taxa de 12,10%, ante 12,05% no ajuste de ontem, e 11,93% na véspera. Segundo relato de operadores, houve um fluxo tomador por parte de investidores estrangeiros, provavelmente realizando lucros após a firme queda dessa taxa e diante de um período que promete ser marcado pela cautela.

"Agosto deve ser um mês em que o mercado operará de forma mais hesitante, porque há muitas definições para ocorrer, principalmente no campo político", diz um operador.

Os demais contratos que costumam concentrar a liquidez tiveram um movimento fraco, confirmando essa falta de apetite dos agentes. O DI janeiro/2018 movimentou 124 mil contratos, enquanto o DI janeiro/2018 girou 98.485 contratos.

Esse comportamento do mercado traduz um sentimento que tem circulado nas mesas de operação: o ajuste positivo provocado pela política monetária mais comprometida, comandada pela nova diretoria do BC, já foi feito. Agora, falta o fiscal. E, para que essa melhora ocorra, o mercado vai esperar um pouco mais. "O mercado vê prêmio de risco na parte longa da curva. Mas, para aplicar nele, vai querer ver fatos mais concretos', diz um profissional.

Hoje, os investidores reagiram com preocupação à notícia de que o governo fez novas concessões na renegociação das dívidas dos Estados. E, ainda assim, não conseguiu votar o projeto que dá mais 20 anos para os governos estaduais pagarem o que devem à União. Diante do risco de que o quórum na Câmara fosse insuficiente para aprovar o projeto de lei complementar, que exige 257 votos, a votação foi adiada para a próxima segunda-feira.