Juros futuros de longo prazo sobem em sessão com foco no mercado local
O noticiário local prevaleceu sobre os negócios no mercado de juros e explicou alguma correção nas taxas de prazo mais longo, um dia após um forte rali que derrubou tanto os DIs quanto o dólar. Nesta quarta-feira, o mercado adotou uma postura mais cautelosa, reagindo à preocupação fiscal e ao resultado do IPCA, que subiu 0,52%, mais que o esperado.
No encerramento do pregão regular, o DI janeiro/2021 era negociado a 11,89%, ante 11,85% ontem. O DI janeiro/2019 fechou a 12,09%, estável. E o DI janeiro/2018 também manteve a taxa de 12,65%.
O fato de a Câmara ter afrouxado as exigências para os Estados na votação do projeto de lei que estabelece as condições para a renegociação das dívidas estaduais gerou alguma cautela. Foi retirado do projeto a proibição de concessão de reajustes aos servidores, considerada "inegociável" pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. E, o que é pior, com o aval do presidente Michel Temer.
Para o ex-secretário do Tesouro Nacional e economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, a aprovação do texto sem a contrapartida é preocupante. "Não porque tenha desfigurado ou enfraquecido o texto, mas porque o lobby do funcionalismo público tem se mostrado muito eficaz até aqui", diz. "Preocupa pelos sinais de resistência de segmentos particulares, que podem atrapalhar o avanço em questões essenciais, que são a aprovação da PEC que estabelece o teto dos gastos e a reforma da Previdência."
Kawall admite que concessões fazem parte do jogo e que "não ceder, não é realista." "Mas não será possível ceder no que é essencial: o teto de gastos pelo IPCA não pode excluir saúde e educação e a reforma da Previdência tem de prever idade mínima e estabelecer uma regra de transição", afirma.
Já o ex-diretor de Política Econômica do Banco Central e atual assessor da Presidência da Fundação Getulio Vargas, Sérgio Werlang, diz que a exigência do mercado financeiro em relação à evolução dos ajuste fiscal será maior quando o quadro político se definir. "Enquanto o impeachment não acontece, a indicação geral de controle de gastos, de que haverá reforma da Previdência e avanços nas privatizações são vistas como boas notícias. Mas, definido o quadro político, as pessoas vão se debruçar sobre as propostas", afirma. "E a ideia de que a relação dívida/PIB começará a cair apenas a partir de 2019 provavelmente não será bem aceita. É muito longe."
Para Werlang, o que vai trazer a confiança de volta plenamente é a "melhora da dinâmica da dívida pública no médio prazo, não apenas no longo", diz. Essa constatação se dará pela percepção clara de déficits primários cadentes e recuo consistente da relação dívida/PIB. "A queda da inflação está contratada. Mas o que vai determinar a volta da confiança de forma plena é o fiscal."
No encerramento do pregão regular, o DI janeiro/2021 era negociado a 11,89%, ante 11,85% ontem. O DI janeiro/2019 fechou a 12,09%, estável. E o DI janeiro/2018 também manteve a taxa de 12,65%.
O fato de a Câmara ter afrouxado as exigências para os Estados na votação do projeto de lei que estabelece as condições para a renegociação das dívidas estaduais gerou alguma cautela. Foi retirado do projeto a proibição de concessão de reajustes aos servidores, considerada "inegociável" pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. E, o que é pior, com o aval do presidente Michel Temer.
Para o ex-secretário do Tesouro Nacional e economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, a aprovação do texto sem a contrapartida é preocupante. "Não porque tenha desfigurado ou enfraquecido o texto, mas porque o lobby do funcionalismo público tem se mostrado muito eficaz até aqui", diz. "Preocupa pelos sinais de resistência de segmentos particulares, que podem atrapalhar o avanço em questões essenciais, que são a aprovação da PEC que estabelece o teto dos gastos e a reforma da Previdência."
Kawall admite que concessões fazem parte do jogo e que "não ceder, não é realista." "Mas não será possível ceder no que é essencial: o teto de gastos pelo IPCA não pode excluir saúde e educação e a reforma da Previdência tem de prever idade mínima e estabelecer uma regra de transição", afirma.
Já o ex-diretor de Política Econômica do Banco Central e atual assessor da Presidência da Fundação Getulio Vargas, Sérgio Werlang, diz que a exigência do mercado financeiro em relação à evolução dos ajuste fiscal será maior quando o quadro político se definir. "Enquanto o impeachment não acontece, a indicação geral de controle de gastos, de que haverá reforma da Previdência e avanços nas privatizações são vistas como boas notícias. Mas, definido o quadro político, as pessoas vão se debruçar sobre as propostas", afirma. "E a ideia de que a relação dívida/PIB começará a cair apenas a partir de 2019 provavelmente não será bem aceita. É muito longe."
Para Werlang, o que vai trazer a confiança de volta plenamente é a "melhora da dinâmica da dívida pública no médio prazo, não apenas no longo", diz. Essa constatação se dará pela percepção clara de déficits primários cadentes e recuo consistente da relação dívida/PIB. "A queda da inflação está contratada. Mas o que vai determinar a volta da confiança de forma plena é o fiscal."
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