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Ganhos das commodities mantêm Ibovespa em alta; dólar sobe pouco

20/04/2017 13h34

O mercado de ações brasileiro está sustentando, no fim da manhã desta quinta-feira, uma alta baseada no avanço das commodities.


O Ibovespa subia 0,34%, para 63.621 pontos, às 13h20. O Índice de Materiais Básicos da B3 (antiga BM&FBovepa) ganhava 2,47%, o maior avanço entre sete grupos setoriais.


A Bradespar, holding que tem uma participação na Vale entre os seus principais investimentos, seguia os ganhos do minério de ferro hoje, avançando 4,15%, para R$ 19,34, enquanto o metal avançava 1,38%, a R$ 65,36. A ação preferencial da mineradora tinha alta de 3,82%, para R$ 26,31, e a ordinária ganhava 4,05%, a R$ 27,75. Os investidores aguardam, ainda, a assembleia geral de acionistas que vai eleger os 11 membros do conselho de administração da gigante; entre eles, pela primeira vez, será escolhido um independente. Marcada para começar às 11h, a reunião estava atrasada.


A Usiminas também tinha destaque entre as empresas produtoras de matérias-primas. Depois de a empresa anunciar oficialmente hoje o seu melhor resultado em dois anos - um lucro líquido de R$ 108,3 milhões no primeiro trimestre de 2017 -, sua ação preferencial ganhava 3,03%, a R$ 4,08.


A Petrobras também se beneficiava da alta do petróleo. A ação preferencial da petroleira subia 1,18%, para R$ 13,76, e a ordinária ganhava 1,42%, para R$ 14,25, com o barril do óleo tipo Brent para entrega em junho avançando 0,40%, a US$ 53,18, na ICE.


Depois do segmento de commodities, os maiores ganhos vinham do segmento imobiliário, animado com as perspectivas para a redução da taxa de juros no país depois que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) infomrou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo de 15 de março a 15 de abril (IPCA-15) ficou abaixo das expectativas dos economistas. O indicador registrou um alta de preços de 0,21% no período, enquanto a projeção média de analistas consultados pelo Valor Data era de uma elevação de 0,27%. A MRV subia 3,14%, para R$ 15,00, e a EZTec avançava 2,64%, para R$ 19,84.


As companhias de água e esgoto sofriam, porém, com o temor de que os estados possam frustrar as expectativas de reajuste de tarifas após a Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae) estabelecer um aumento de preços preliminar médio para os consumidores da Copasa de 4,06%, abaixos das estimativas dos analistas.


Como resultado, as ações da Copasa despencavam 20,43%, para R$ 37,16, as da Sabesp recuavam 4,88%, a R$ 31,01, e as da Sanepar caíam 3,61%, para R$ 10,40.


Dólar


O dia de "trégua" na política e o recuo do dólar no exterior contribuem para o câmbio doméstico. Antes do feriado no Brasil, a cautela prevalece nas mesas de operação e os agentes financeiros evitam adotar grandes posições no câmbio, enquanto seguem atentos aos sinais em torno da reforma da Previdência.


O mercado está hoje num ritmo de "esperar para ver" em relação à Previdência, afirma o diretor de câmbio da Abrão Filho Câmbio e Capitais Internacionais, Fernando Oliveira. "Não será a Previdência ideal para o ajuste fiscal mas há indícios de que, com algumas alterações e negociações, é possível aprovar um conjunto consistente de novas regras", acrescenta o profissional.


A aprovação do caráter de urgência da votação da reforma trabalhista é visto como sinal positivo para o governo e, consequentemente, para o apoio parlamentar à questão previdenciária. "Ainda assim, terá muita negociação até as votações da reforma da Previdência e a contagem de votos vai ser parlamentar a parlamentar", acrescenta o especialista.


Às 13h20, o dólar comercial subia 0,10%, cotado a R$ 3,1515.


O contrato futuro para maio, por sua vez, operava estável, a R$ 3,1575, após cair até R$ 3,1390 (-0,57%).


No exterior, o sinal, em geral, é mais favorável para emergentes. O dólar opera próximo da estabilidade ante o peso mexicano (+0,08%), enquanto recua ante o rublo russo (-0,74%), o rand sul-africano (-0,57%) e a lira turca (-0,53%). O movimento vem um dia após forte alta do dólar, quando preocupações com riscos geopolíticos se somaram ao sinal de alerta com as políticas protecionistas do presidente americano, Donald Trump.


As atenções dos investidores globais se voltam para o primeiro turno da eleição presidencial na França, neste domingo. Em paralelo, os riscos geopolíticos na Coreia do Norte continuam a ser monitorados pelos mercados.


Juros


Novos sinais de fraqueza inflacionária conduzem os juros futuros para baixo nesta quinta-feira. O movimento é pouco mais claro nos vencimentos de prazos menores, após a inflação medida pelo IPCA-15 ficar abaixo da meta, de 4,5%, pela primeira vez desde 2010. O resultado do indicador também veio melhor que o esperado por especialistas. O recuo nas taxas é contido, no entanto, pela cautela com o ambiente político nesta véspera de feriado no Brasil.


O DI janeiro de 2018 já zerava a queda e operava a 9,550%, pouco abaixo da taxa de 9,555% do ajuste anterior. Já o DI janeiro de 2019 marcava 9,390%, ante 9,380% no ajuste anterior. Nas mínimas, os contratos - mais negociados até então - caíram até 9,520% e 9,340%, respectivamente. O DI janeiro de 2021, por sua vez, marcava 9,940%, ante 9,930% no ajuste anterior.


Entre os vencimentos de curtíssimo prazo, o DI julho de 2017 recuava a 10,671%, ante 10,685% no ajuste anterior, tendo caído até 10,650% nesta quinta-feira.