Dólar testa níveis inferiores a R$ 3,10 com pressão do exterior
O dólar recua pela quinta sessão consecutiva nesta segunda-feira (15) e testa pontualmente níveis inferiores a R$ 3,10. A queda da divisa dos Estados Unidos aos menores patamares em um mês ecoa o amplo enfraquecimento da moeda no exterior, enquanto os contratos futuros de petróleo sobem cerca de 3%.
Um dos reflexos da movimentação lá fora é que os melhores desempenhos da sessão são liderados por moedas emergentes e ligadas a commodities. O pano de fundo para a reação da commodity é a divulgação, pelos ministros de energia da Arábia Saudita e da Rússia, de uma declaração conjunta na qual firmaram a prorrogação dos cortes de produção dos principais produtores de petróleo até março de 2018.
Por volta das 13h23, o dólar comercial operava em baixa de 0,65%, cotado a R$ 3,1025. Na mínima, a divisa caiu até R$ 3,0956, menor nível desde o dia 18 de abril, quando tocou R$ 3,0877.O contrato futuro para junho, por sua vez, perdia 0,54%, a R$ 3,1195, tendo recuado até R$ 3,1090 mais cedo.
Operadores apontam, entretanto, que há alguma dificuldades para o dólar permanecer abaixo de R$ 3,10. O profissional de uma corretora doméstica indica que há uma "barreira psicológica" nesse nível, que acaba atraindo operações de compras.
Juros
Os juros futuros operam bem próximos da estabilidade em um dia de ajustes, após quedas sequenciais na última semana. Alguns agentes financeiros aproveitam a agenda econômica mais leve para realizar lucros e corrigir qualquer excesso de posicionamentos anteriores.
As taxas resistem hoje a alguma pressão de queda vinda do exterior, diante da valorização das moedas emergentes. No entanto, operadores não descartam que ao longo do dia os DI retomem a trajetória de baixa.
Por volta das 12h40, o DI janeiro de 2019 operava a 8,970%, estável ante o ajuste anterior. Mais cedo, o contrato - que tem sido o mais negociado em dias recentes - chegou a cair até 8,910%, antes de reverter o movimento.
Ainda entre vencimentos intermediários, o DI janeiro de 2018 marcava 9,125%, ante 9,140%, e o DI janeiro de 2021 registrava 9,700%, ante 9,670% no ajuste anterior.
As apostas para a próxima decisão de juros do Copom seguem bastante divididas no mercado de renda fixa. A probabilidade de um corte de 1,25 ponto percentual da Selic continua em cerca de 50%, tendo crescido nos últimos dias em meio a sinais de inflação baixa e recuperação econômica gradual.
A chance de manutenção de ritmo de flexibilização monetária, de redução de 1 ponto percentual, se mostra resiliente por causa da cautela com a cena política. Profissionais de mercado apontam que a cautela com a tramitação da reforma da Previdência inibem as apostas, embora o ambiente seja pouco mais otimista com aprovação da medida.
Bolsa
O mercado de ações brasileiro tem uma segunda-feira morna, enquanto os investidores analisam as perspectivas para a recuperação da economia brasileira.
O Banco Central (BC) informou hoje que o seu índice de atividade, chamado de IBC-Br e considerado uma medida de Produto Interno Bruto (PIB), subiu 1,05% em março, enquanto a projeção média dos economistas consultados pelo Valor Data era de uma queda de 0,99%.
Na pesquisa Focus, do BC, também transparece um pouco mais de otimismo quanto à retomada. A previsão média de crescimento do país em 2017 passou de 0,47% para 0,50%. Embora a aposta majoritária para a Selic no final deste ano continue em 8,50%, parte dos analistas que fazem parte do "top 5" - grupo dos que mais acertam nas projeções - já estima que o custo básico dos financiamentos pode cair para 8,25%.
O Ibovespa subia 0,15%, para 68.324 pontos, às 13h36. As siderúrgicas dominavam as altas do pregão: Gerdau PN (4,51%), Usiminas PNA (4,35%), CSN ON (4,13%) e Gerdau PN (3,85%). A CCR ON (2,16%) completava o time das cinco principais altas do horário.
Entre as maiores quedas estavam Marfrig ON (-2,47%), Sabesp ON (-2,29%), Suzano PNA (-2,17%), Cyela ON (-2,09%) e Banco do Brasil ON (-1,89%).
O andamento da reforma da Previdência segue no foco do mercado. O presidente Michel Temer disse em entrevista a uma rede de rádios que o governo gostaria de levar a proposta para votação no plenário da Câmara dos Deputados o mais rápido possível, mas que isso só será feito quando houver votos garantidos para a aprovação, "talvez na última semana de maio ou na primeira de junho".
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