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Sabesp, Eletropaulo e Copel são as mais afetadas pela crise política

19/05/2017 11h08

As ações das elétricas Eletropaulo, EDP Energias do Brasil, Copel e da empresa de saneamento paulista Sabesp devem ser as mais afetadas pela crise que volta a tomar força no mercado após as acusações envolvendo o presidente Michel Temer. Já a Cesp e a Cteep devem sentir menos os impactos do cenário político turbulento, estima o banco UBS.


Segundo relatório assinado pelo analista Marcelo Sá, o UBS realizou uma avaliação de sensibilidade para as ações do setor de infraestrutura sob sua cobertura para saber o impacto da crise no custo de capital das empresas.


No caso da Sabesp, um dos nomes mais expostos aos riscos, 47% da dívida está em moeda estrangeira, sem "hedge" (proteção). Desse modo, calcula o UBS, cada R$ 0,10 de valorização do dólar tem um impacto negativo de R$ 120 milhões no lucro líquido da empresa.


Para a Copasa, com 9% da dívida em moeda estrangeira, o impacto da desvalorização do real sobre o lucro líquido se aproxima de R$ 5 milhões.


Nesse cenário, o UBS prefere recomendar companhias como a Taesa e a Cteep, diante do fluxo de caixa previsível e disponível e por causa do menor endividamento.


"Dadas as incertezas políticas, esperamos que as empresas estatais do setor tenham performance inferior às privadas no curto prazo. Além disso, as companhias altamente alavancadas poderiam ter mais dificuldades em rolar sua dívida", diz o UBS. "Cemig, Eletropaulo e Copel estão altamente alavancadas e têm montantes substanciais de dívidas a rolar em 2017 e 2018."


A relação entre dívida líquida e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) é atualmente maior para a Cemig (4,2 vezes), Light (3,5 vezes), Eletropaulo (2,9 vezes), Sabesp (2,4 vezes), Copel (2,3 vezes) e Copasa (1,9 vez). Na outra ponta, estão Cesp, com praticamente zero relação entre dívida líquida e Ebitda, AES Tietê (0,8 vez), Taesa (1,7 vez) e Cteep (1,7 vez).