Funcionários do IBGE apontam falta de identidade de Rabello com órgão
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (ASSIBGE) foi surpreendido com a notícia de que o presidente do instituto, Paulo Rabello de Castro, deixará o cargo para assumir o comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em substituição a Maria Silvia Bastos Marques, que pediu demissão hoje.
Cassius Brito, diretor do ASSIBGE, afirmou que a saída de Rabello de Castro um ano depois de assumir a presidência do instituto "deixa claro que não havia identidade dele com o órgão". "Com menos de um ano de casa ele se via como um 'ibgeano', mas a realidade mostrou que isso não é verdade", frisou Brito.
Sobre o substituto de Rabello de Castro no IBGE, Brito afirmou que não foi dada nenhuma indicação aos funcionários sobre um possível substituto e lembrou que a presidente anterior, Wasmália Bivar, soube pela imprensa que seria substituída pelo economista no comando do instituto.
Segundo o diretor, hoje houve uma reunião do conselho diretor do IBGE - formado pelo presidente e diretores do instituto -, mas ele não soube dizer se a saída de Rabello de Castro foi debatida no encontro.
"Vemos com muita estranheza essa aceitação imediata [de Rabello de Castro pelo BNDES]. O Censo Agropecuário vai sair do jeito que vai sair por opção dele, que escolheu cortar uma parte e fazer sem o orçamento completo para a pesquisa", disse Brito em referência à redução do questionário previsto para permitir a produção da pesquisa com um orçamento menor. "Vimos criticamente a entrada dele [no IBGE] e vemos com preocupação a saída", acrescentou, referindo-se às diversas mudanças feitas por Rabello de Castro em pouco menos de um ano na presidência do IBGE.
Brito defendeu a escolha do presidente em eleição entre os funcionários do instituto, pleito que voltará a ser debatido na reunião da diretoria do sindicato, na segunda-feira.
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