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Ibovespa fecha com poucos negócios e leve alta com incerteza política

30/05/2017 17h38

Diante da incerteza com o cenário político e da aprovação das reformas estruturais, os investidores reduziram a alocação em ações. Em mais um dia de poucos negócios, o Ibovespa encerrou o pregão com leve alta de 0,32% aos 63.962 pontos e pode estar consolidando um novo patamar entre os 63 mil e 64 mil pontos. O giro financeiro ficou em R$ 4 bilhões, o equivalente a 54% da média diária do mês, que é de R$ 7,4 bilhões.


Nos últimos cinco pregões, o Ibovespa saiu dos 63.257 pontos para os 63.962 pontos hoje, alta de apenas 1,11%. Esse movimento de cautela também pode ser percebido pela redução da volatilidade das ações brasileiras. O índice CBOE Brazil ETF Volatility recuou 6,22% nos últimos cinco pregões e marcava 38,62 pontos. Antes do início da crise política, em 17 de maio, o Ibovespa estava em 67.540 pontos.


O foco dos investidores sobre os temas políticos ganhou força com a notícia de que a votação na reforma trabalhista na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado ficou para a semana que vem. Outra notícia analisada pelos investidores é a de que o deputado licenciado Osmar Serraglio (PMDB-PR) recusou o convite do presidente Michel Temer para comandar o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU).


Com o retorno de Serraglio à Câmara, Rodrigo Rocha Loures, primeiro suplente e um dos principais auxiliares de Temer, atingido pela delação premiada da cúpula da JBS, perde o mandato e, consequentemente, a prerrogativa de foro.


Apesar das incertezas políticas, a bolsa de valores conseguiu sustentar o movimento de alta com a sensação de que o governo, pelo menos no discurso, está alinhado com a aprovação as reformas estruturais. Hoje, Temer, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o presidente do Senado, Eunício de Oliveira, e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, falaram durante o evento "Brasil Investment Forum 2017", em São Paulo, sobre o compromisso de aprovação das reformas estruturais.


A maior parte das compras recentes de ações tem sido feita pelos investidores estrangeiros. Desde o começo do mês até o dia 26, eles já investiram R$ 2,6 bilhões em ações. As escolhas ficam com os papéis com maior liquidez, como os do setor financeiro e das empresas ligadas a commodities.


Hoje, foi justamente esses setores que tiveram destaque de alta no pregão. Todas as ações dos bancos encerraram o dia com valorização, com evidência para as ações ordinárias do Bradesco, que subiram 1,69%.


As ações da Vale, que têm passado quase ilesas à crise política, fecharam com alta. Os papéis PNA subiram 1,54% e as ações ordinárias ganharam 1,92%. O preço do minério de ferro fechou estável na China, que está em feriado hoje, a US$ 58,50 a tonelada. Como juntas, as duas ações da mineradora representam 8,8% da composição do Ibovespa, o desempenho delas acabou contaminando o índice de maneira positiva.


Já as ações da Petrobras fecharam em queda, seguindo o comportamento negativo do preço do petróleo no mercado internacional. As ações preferenciais caíram 1,55% e os papéis ordinários tiveram baixa de 1,32%. Os contratos de petróleo WTI com vencimento em julho recuaram 0,28% para US$ 49,66 o barril.


Amanhã, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anuncia taxa básica de juros da economia que vai vigorar até a próxima reunião. A aposta dos investidores é de que possa haver um corte de um ponto percentual. Se for assim, os juros vão cair de 11,25% para 10,25%. Esse movimento é importante porque pode atrair mais investimentos para o mercado de renda variável.