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Crivella nega relação entre corte para escolas de samba e religião

20/06/2017 17h48

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), disse nesta terça-feira que o corte de 50% da verba municipal para o Carnaval em 2018 "não tem nada de religião". Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Crivella defendeu a redução de recursos para as escolas de samba e disse que a medida é uma demonstração de "responsabilidade fiscal".


Depois de participar de uma reunião com prefeitos em São Paulo, na prefeitura, Crivella afirmou em entrevista a jornalistas que o governo municipal do Rio tinha um déficit de R$ 3,5 bilhões quando assumiu e criticou seu antecessor, Eduardo Paes (PMDB). "No último mês (de governo) Paes cancelou R$ 0,5 bilhão de empenho", disse. O prefeito afirmou, por duas vezes, que não tomou a decisão de reduzir pela metade a verba para o Carnaval por conta de sua religião. "É questão de orçamento", afirmou. "Não tem nada de religião. É responsabilidade fiscal".


Crivella disse que nos últimos anos, com exceção de 2016, as escolas de samba receberam R$ 1 milhão da prefeitura, que gastou, no total, R$ 13 milhões. No ano passado foram R$ 26 milhões - R$ 2 milhões por escola. "Não me consta que os desfiles dos outros anos foram menos glamourosos", afirmou.


Em 2018, Crivella deve destinar R$ 13 milhões às escolas de samba. O prefeito voltou a falar que os outros R$ 13 milhões serão destinados a creches e citou que o Rio gasta R$ 10 por criança nas creches, menos da metade dos R$ 25 gastos pela prefeitura de São Paulo.


IPTU


Crivella disse que pretende reduzir o número de moradias isentas do IPTU no Rio e disse que atualmente o número de domicílios que não têm de pagar o imposto é muito elevado. "O Rio tem 1,8 milhão de imóveis e destes, 1,1 milhão não paga [IPTU]. É muito. É muito mais do que a metade", afirmou.


Segundo o prefeito, a Secretaria Municipal da Fazenda queria incorporar 800 mil imóveis. Crivella disse ter proposto reduzir esse número para 380 mil e, ao negociar com vereadores, a proposta ficou em cobrar IPTU de mais 250 mil imóveis. O prefeito afirmou ainda que as emendas a serem apresentadas pelos vereadores ao projeto sobre o IPTU enviado pelo Executivo à Câmara Municipal já foram negociadas e aprovadas pelo governo.