Risco fiscal minimiza alívio com meta de inflação e juro futuro sobe
Os juros futuros chegaram ao fim da tarde desta quinta-feira em alta, retomando a cautela dos últimos dias após quedas pontuais nesta manhã. O alívio inicial foi ditado pelo choque de credibilidade com a definição da meta de inflação para 2020 em 4%. Porém, o otimismo foi dando lugar a ressalvas sobre a necessidade de contas públicas equilibradas para que as metas mais baixas possam ser cumpridas.
Medidas de risco no mercado de renda fixa, que chegaram a cair firmemente mais cedo, voltaram a subir durante a tarde, antes de ficarem perto dos patamares de quarta-feira.O "spread" entre os DIs janeiro/2023 e janeiro/2019, por exemplo, estava em 164 pontos-base no fim da tarde, 1 ponto-base abaixo do fechamento da véspera, mas 5 pontos acima do patamar registrado no fim desta manhã.
A avaliação inicial de analistas é que a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de estender o horizonte para definição da meta de inflação envia mensagem de credibilidade e confiança. Em paralelo, porém, o cumprimento das metas mais baixas é diretamente dependente da evolução do processo de consolidação fiscal, cenário que os dados das contas públicas divulgados hoje indicam ainda distante. "Os dados do governo central foram muito ruins", resume o operador de renda fixa da Renascença Luis Laudísio.
A percepção de risco subiu, investidores reverteram as vendas de DI e passaram a comprar taxa, movimento apoiado também pela volumosa oferta de prefixados e pela pressão no câmbio. O dia negativo nos mercados internacionais tampouco ajudou.
Uma discussão presente entre analistas é em que medida metas de inflação menor amparam juros estruturais mais baixos. Num cenário de equilíbrio fiscal, a reação seria quase automática, uma vez que para um mesmo nível de juro real haveria menos inflação, o que resultaria em taxa nominal menor. No entanto, as ponderações se concentram justamente na capacidade do governo de ajustar as contas públicas a ponto de garantir que a inflação no longo prazo será sustentavelmente mais baixa.
Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2023 subia a 10,630% (10,620% no ajuste anterior). Mais cedo, esse DI havia tocado 10,490%.O DI janeiro/2021 tinha alta a 10,170% (10,130% no ajuste de ontem), após mínima intradia de 10,020%.
Mesmo taxas de curto prazo - mais influenciados pela política monetária - foram afetados pelo mau humor.O DI janeiro/2019 mostrava 8,990% (8,930% no último ajuste), depois de mínima hoje de 8,880%.O DI janeiro/2018 avançava a 9,000% (8,955% no ajuste anterior). Na mínima de mais cedo, a taxa havia tocado 8,930%.
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