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Temer diz que governos jamais tiveram ousadia para reforma trabalhista

12/07/2017 13h15

O presidente Michel Temer colocou a reforma trabalhista, aprovada ontem pelo Senado, como um dos feitos de seu governo. Durante cerimônia para anunciar medidas de infraestrutura para os municípios, ele afirmou que, ao longo da história do país, os governos "jamais tiveram a ousadia de realizar a reforma trabalhista".


"Diferentemente de medidas populistas, que são aplaudidas hoje, mas causam prejuízo amanhã, as medidas populares recebem resistência no início e reconhecimento depois. É isso que queremos", disse.


No discurso, Temer reiterou, como em outras ocasiões, que seus 13 meses de governo têm tido "tumultos dos mais variados", e numa crítica aos pedidos por nova constituinte e eleições ele afirmou que não há respeito pelas instituições no país. "Como não temos apreço pelas instituições, temos de criar um novo Estado a cada 30 anos". Segundo ele, essa falta de respeito surgiu novamente "com uma força estupenda".


Os pedidos por eleições diretas ganharam força, principalmente, após o empresário Joesley Batista revelar uma conversa secreta que teve com Temer, tarde da noite, em que, segundo a Procuradoria-Geral da República, fica entendido que Temer deu aval para que o empresário pagasse pelo silêncio de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além de outras ilegalidades.


Temer foi denunciado por corrupção passiva e ainda é investigado por obstrução de Justiça e organização criminosa.


No evento de hoje, Temer falou em praticar "ousadias das melhores", como conferir a autonomia dos municípios dentro do sistema federativo.


Sobre as linhas de crédito anunciada, ele apontou que a iniciativa é mais um passo na direção de maior autonomia dos entes.


O pemedebista ainda defendeu a autonomia operacional e financeira dos municípios."Tenho dito que nossa federação sempre foi falsa, capenga, nunca foi verdadeira", disse, complementando que a federação surgiu por força de um gesto jurídico, e não naturalmente, como nos Estados Unidos.


"A União só será forte se Estados e municípios também forem. A União é centralizadora e municípios passaram a ter restrições para alocar recursos. O Ideal é que municípios tenham condições de próprias de auferir recursos", disse.


Ele ainda voltou a mencionar a divisão de recursos da repatriação de ativos ilegais mantidos no exterior e do parcelamento de débitos previdenciários ofertado aos entes subnacionais.