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Bancos e Petrobras lideram realização de lucros do Ibovespa

30/08/2017 18h04

Depois de subir 7,53% neste mês, o Ibovespa passou por um movimento de realização de lucros. O índice encerrou o pregão com queda de 0,62% aos 70.886 pontos, mas com fraco giro financeiro, de R$ 5,1 bilhões, o que reforça as apostas de que os investidores continuam acreditando na tendência de alta da bolsa de valores.


As ações que mais caíram hoje foram as do sistema financeiro, que são consideradas mais líquidas e são facilmente vendidas em processos de realização de lucros. O maior recuo do dia ficou com os papéis ordinários do Bradesco, que caíram 1,86%.


As ações da Petrobras também fecharam em baixa, acompanhando a desvalorização do preço do petróleo no mercado internacional. Os papéis preferenciais recuaram 2,89% e as ações ordinárias caíram 2,94%. Como as ações têm uma participação importante na composição do Ibovespa, o desempenho negativo ajudou a colocar o índice no terreno negativo.


A ação que teve a maior baixa no Ibovespa foi o papel ordinário da Qualicorp, que caiu 4,41% a R$ 34,22. O giro financeiro com as ações da Qualicorp ficou em R$ 140,24 milhões, 297% superior ao movimento do dia anterior, que foi de R$ 35,28 milhões.


Em relatório distribuído a clientes hoje, o analista do BTG Pactual Rodrigo Gastim espera volatilidade para o preço das ações devido a preocupações dos investidores sobre a capacidade da empresa de continuar crescendo. O banco mantém a recomendação de compra para o papel.


No dia 21 de agosto, o PSL questionou no Supremo Tribunal Federal as normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que trata dos Administradores de Benefícios. Segundo o partido, as normas da ANS criaram uma nova figura no mercado de saúde suplementar que podem reunir diversas pessoas jurídicas em um mesmo plano de saúde.


Isso, segundo o PSL, proíbe as operadores de planos de saúde de efetuar a cobrança diretamente aos beneficiários dos planos coletivos, o que praticamente inviabiliza a contratação de planos coletivos sem a intermediação das administradoras de benefícios.


O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes estabeleceu um prazo de 10 dias para que a ANS indique sua posição, após o qual o Ministério Público terá cinco dias para declarar sua posição sobre o assunto. "A decisão da Suprema Corte é um ponto de interrogação", escreveu Gastim, analista do BTG Pactual.


Em comunicado enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Qualicorp considera o questionamento do PSL "uma verdadeira aventura, sem qualquer fundamento jurídico e sem qualquer consistência numérica e atuarial. O estranho objetivo da ação é impossibilitar que associações de classe, órgãos públicos e companhias exerçam a faculdade de contratar administradoras de benefícios especializadas, que são reguladas pela ANS há oito anos, mas defendem há mais de 20 anos os direitos e interesses de milhões de consumidores, especialmente contra reajustes astronômicos no preço dos planos de saúde e rescisões unilaterais."


As maiores altas do dia ficaram com as ações da Estácio, que subiram 3,87%, e os papéis da Gerdau, com alta de 3,23%. O giro financeiro da Gerdau ficou em R$ 150,32 milhões, acima dos R$ 72,68 milhões do dia anterior. De acordo com operadores, a Gerdau poderia anunciar um novo reajuste no preço do aço.


Já as ações da Estácio subiram na véspera da assembleia que vai votar mudanças no estatuto da instituição carioca e, entre as propostas feitas pelos atuais conselheiros, está a inclusão de um ágio de 30% para quem atingir 20% do capital - esse acionista já é obrigado a fazer uma oferta por 80% da Estácio. Outras propostas foram apresentadas, mas essa é a mais polêmica porque na visão de boa parte do mercado tira a liquidez dos papéis diante da barreira para se desfazer da ação.