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Eletrobras é destaque positivo, mas Ibovespa cai; dólar sobe

23/10/2017 14h26

Numa sessão em que o sinal negativo prevalece, as ações da Eletrobras se destacam entre as maiores altas do dia. A perspectiva sobre a desestatização da companhia contribui para essa reação.


Às 13h20, Eletrobras ON subia 2,49% e Eletrobras PNB ganhava 2,35%.


Segundo reportagem do Valor Pro, serviço de notícias em tempo real do Valor, equipes técnicas do Ministério da Fazenda, do Planejamento e de Minas e Energia devem se reunir nesta semana para tratar dos últimos pontos da MP.


Outra notícia sobre privatização que esteve no radar do mercado nesta manhã envolve Petrobras. A empresa informou que deu início à fase não vinculante de processo de alienação de 90% de sua participação acionária na Transportadora Associada de Gás (TAG), subsidiária integral da estatal. A operação faz parte do processo de desinvestimento da petroleira.


O Ibovespa, no entanto, seguiu no terreno negativo durante boa parte da amanhã, após arriscar alguma alta no início da sessão.


Às 13h20, o índice caía 1,04% para 75.593 pontos. O movimento é puxado pelas ações com grande peso sobre o índice, o que indica que trata-se de realização de lucros. "Não há uma notícia que justifique uma pi ora do humor", diz um operador. "Parece ser mesmo uma correção, num dia de agenda mais fraca."


O sinal negativo prevalece entre as principais ações do índice, num movimento ainda classificado de correção pelos analistas.


A maior baixa era Estácio ON (-4,46%), seguida de Kroton (-3,32%).


Dólar


Em sua terceira sessão consecutiva de alta, o dólar retoma o nível de R$ 3,21 nesta segunda-feira. A sequência de avanços conduz a cotação da divisa americana ao maior nível desde meados de julho.


O cenário externo pressiona o câmbio em meio a incertezas sobre o ritmo de aperto monetário do banco central americano, o Fed. O debate atravessa pontos que ainda não estão claros, mas que podem levar a instituição adotar uma postura mais dura. A possibilidade de escolha de nomes mais favoráveis a juros altos para a presidência do Fed, como de John Taylor ou Kevin Warsh, tem amparado a moeda americana e os juros dos Treasuries.


O comportamento do câmbio lá fora se apoia também no contexto de uma economia dos EUA potencialmente mais forte, caso seja aprovada a reforma tributária de Donald Trump. Os primeiros passos estão sendo dados, como o espaço aberto na proposta do Senado para o Orçamento de 2018.


Hoje, dentre as 33 principais divisas globais, apenas cinco ganham terreno ante o dólar. Na outra ponta, o destaque de desvalorização é a lira turca, com perda superior a 1%. O real brasileiro vem logo em seguida, ao lado do rand sul-africano.


O mercado local se mostra vulnerável aos movimentos lá fora enquanto os investidores aguardam a votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. Em geral, a expectativa é de que os deputados decidam barrar o processo, mantendo o peemedebista no poder. No entanto, o placar pode ser um termômetro sobre a força do Planalto para avançar com a reforma da Previdência.


A consultoria Eurasia aponta que Temer deve perder apoio de alguns parlamentares, em relação à primeira votação. Por ora, a chance de aprovação de uma versão diluída da reforma seria de aproximadamente 55%. Entretanto, a governabilidade pode ter sinal mais negativo se os votos contrários a Temer ficarem entre 257 e 280, aponta a Eurasia. Na primeira denúncia, foram 227 favoráveis ao avanço da iniciativa da PGR e 263 votos contrários.


Para o sócio e gestor da Rosenberg Investimentos, Marcos Mollica, o governo deve fazer uma última tentativa de votar a reforma após a denúncia, mas "a chance de passar é pequena". Ele destaca que a janela de oportunidade é "curta, o cronograma é apertado e depois tem o ano eleitoral", acrescenta. Ele destaca, entretanto, que só após a apreciação da denúncia que será possível avaliar o apoio parlamentar à agenda de reformas.


Às 13h20, o dólar comercial subia 0,87%, a R$ a 3,2165.






Juros


Os juros futuros operam em viés de alta nesta segunda-feira. Embora tenham movimentos mais contidos, as taxas também refletem o sinal negativo no câmbio e na Bolsa.


O comportamento dos ativos sinaliza a cautela com indefinições tanto domésticas quanto externas. Lá fora, os mercados enfrentam um pouco mais pressão de olho na escolha do futuro presidente do Federal Reserve e no avanço da reforma tributária de Donald Trump, fatores que podem levar o BC dos EUA a assumir uma postura mais dura em seu aperto monetário.


ODI janeiro/2018 é negociado a 7,295% (7,309% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2019 opera estável a 7,240% (7,240% no ajuste anterior).


Já o DI janeiro/2021 sobe a 8,900% (8,870% no ajuste anterior), enquanto o dólar comercial avança 0,67%, a R$ 3,2100.