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Proporção de brasileiros endividados volta a crescer em 2017, diz CNC

15/01/2018 12h51

Após três anos consecutivos em queda, a proporção das famílias brasileiras endividadas voltou a crescer no ano passado, alcançando a média anual de 60,8%, acima dos 60,2% apurados em 2016, de acordo com o estudo "O perfil de endividamento das famílias brasileiras em 2017", divulgado nesta segunda-feira pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).


"A recuperação, ainda que lenta, da atividade econômica, aliada à redução das taxas de juros, queda da inflação e reversão, ainda que modesta, das taxas de desemprego, ajuda a explicar a maior disponibilidade de crédito para as famílias e consequente endividamento", disse Marianne Hanson, economista da CNC.


A inadimplência também cresceu no ano passado. Conforme a pesquisa, a parcela de famílias com contas ou dívidas em atraso aumentou 1,2 ponto percentual em 2017, na comparação a 2016, alcançando 25,4% na média anual.


O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas em atraso e que, portanto, permaneceram inadimplentes, foi de 10,2% na média de 2017, 1,1 ponto percentual acima do ano anterior. O patamar mais alto desse indicador foi registrado em setembro de 2017, quando atingiu 10,9%.


Das dívidas das famílias, a mais comum era do cartão de crédito (76,7% dos casos). No ano passado, contudo, esse percentual era maior: 77,1%. Na sequência aparecem o carnê (15,7% das famílias endividadas) e o crédito pessoal (10,3%). O financiamento de veículos, que era o terceiro colocado em 2016, aparece agora em quarto (10,2%).


Para a economista da CNC, a redução dos juros e a recuperação da massa real de salários permitiram às famílias reduzir o comprometimento mensal da renda. "Isso pode ser visto na queda de 30,6% para 30,1% da parcela média da renda mensal comprometida como pagamento de dívidas", disse Marianne.


Apesar disso, a pesquisa mostra que a percepção em relação ao endividamento das famílias piorou e uma parcela maior delas relatou estar muito endividada (14,6%) e mais ou menos endividada (22,5%).


O estudo foi elaborado com base na Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional), apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18 mil consumidores.