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Juros futuros flertam com mínimas em dia de julgamento de Lula

24/01/2018 18h23

O mercado de juros da B3 anulou em apenas uma sessão todo o prêmio de risco acumulado desde a semana passada, quando investidores adicionaram posições defensivas diante da aproximação do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que caminha para confirmar a expectativa de condenação unânime do petista. O volume é forte: quase 1,2 milhão de contratos já foram negociados, 10% acima da média do mês.


As taxas chegaram a se aproximar das mínimas de outubro, movimento que pode ser deflagrado no caso de confirmar do placar de 3 a 0 contra Lula. Por ora, o TRF-4 já condenou Lula por maioria simples, mas falta ainda um desembargador votar.


Os prêmios de risco caem em toda a curva de juros, com alguns FRAs- do inglês forward rate agreement, ou contrato a prazo para fixação de taxa de juro - em queda de 32 pontos-base. A forte queda de taxa leva os contratos de DI a embutir Selic mais perto de 8% ao fim deste ano, contra 8,23% na precificação de terça-feira (23). E o otimismo leva o mercado a voltar a colocar fichas na possibilidade de corte de 0,25 ponto percentual da Selic em março. A probabilidade saltou de 3% ontem para quase 18% hoje.


A firme queda de taxas fez com que o Tesouro Nacional se financiasse para prazos mais longos ao menor custo desde outubro do ano passado. Na venda de NTN-F 2029 realizada nesta quarta-feira, o papel saiu com taxa média de 10,0171% ao ano, a mais baixa desde a operação realizada em 26 de outubro do ano passado (9,7098%).


Em meio ao desenho que indica condenação unânime do ex-presidente, os mercados devem começar a operar de forma mais intensa de olho em candidatos que podem concorrer à eleição."Isso sugere que, se a expectativa do mercado for confirmada em termos de eleição e política econômica, há prêmio de risco a ser consumido", diz Nicolas Saad, gestor da Western Asset. Ele entende que as praças locais ainda têm espaço para melhorar conforme se desenhar um cenário favorável às reformas econômicas. "Mas não será um caminho reto", pondera.


Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2019 caía a 6,840% ao ano (6,9% no ajuste anterior), oDI janeiro/2020 cedia a 8,000% (8,11% no ajuste anterior), oDI janeiro/2021 recuava para 8,840% (8,99% no ajuste anterior) eo DI janeiro/2023 tinha queda para 9,630% (9,78% no ajuste anterior).