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Juros futuros caem com inflação de abril abaixo das expectativas

20/04/2018 17h41

As taxas dos contratos de DI se agarraram a baixas moderadas ao longo da sessão desta sexta-feira (20). Novos sinais de inflação contida deram mais conforto às expectativas de que os juros podem permanecer baixos por mais tempo, a despeito das incertezas da corrida eleitoral.

Parte dos analistas acredita que uma alta de juros virá só no segundo semestre de 2019. Até lá, a taxa ainda deve renovar sua mínima histórica, com queda de 6,50% para 6,25% na próxima decisão do Copom, em maio.

E com a inflação contida, o cenário alternativo que tem mais força é aquele de juros ainda mais baixos no fim do ano que vem.

"Hoje, na nossa visão, o balanço de risco seria para não subir tanto a Selic em 2019 ou começar o processo mais tarde", diz o economista Gustavo Arruda, do BNP Paribas. "Mas para que isso possa acontecer, temos que passar por todo o processo da evolução da economia, com eleição se aproximando. Consigo entender o motivo pelo qual o BC prefere esperar mesmo com inflação baixa", acrescenta.

Recentemente, o BNP Paribas revisou suas projeções de inflação para baixo, a 3% no fim deste ano e 3,5% no encerramento de 2019. Por outro lado, a preferência foi por manter o cenário para a Selic. A taxa ainda deve cair do nível atual em 2018, subindo a partir do segundo semestre de 2019 para 7,5% no fim do ano que vem.

A expectativa na Tendências é de que, depois de tocar 6,25% neste ano, o BC manterá a taxa estável até meados do ano que vem antes de conduzi-la para 7,75% no fim de 2019.

"Mas ainda tem incerteza muito grande para o ano que vem porque depende do quadro eleitoral e do exterior", diz o economista Silvio Campos Neto, da Tendências.

Nesta sexta-feira, os investidores receberam com alívio o resultado do IPCA-15 de abril. De acordo com operadores, havia alguma preocupação de que a inflação já começaria a surpreender negativamente. No entanto, a alta foi de apenas 0,21% em abril, ligeiramente abaixo da média das expectativas, de 0,24%. Mesmo que a diferença tenha sido marginal, acaba sendo o suficiente para empurrar um pouco mais para frente a expectativa de alta de juros ou, pelo menos, diminuir o tamanho de uma futura recomposição da Selic.

"O mercado tira um pouco de prêmio", afirma o trader Matheus Gallina, da Quantitas. "No momento atual do ciclo (da política monetária), de ajustes mais marginais das apostas, os dados de inflação servem de gatilho para calibrar a percepção sobre as decisões do Copom", acrescenta.

No fim da sessão regular, por volta das 16h, o DI janeiro/2019 caiu a 6,215% (6,240% no ajuste anterior), oDI janeiro/2020 marcou 6,880% (6,940% no ajuste anterior), oDI janeiro/2021 apontou 7,870% (7,910% no ajuste anterior), oDI janeiro/2023 registrou 9,060% (9,070% no ajuste anterior) eo DI janeiro/2025 projetou 9,600% (9,600% no ajuste anterior).