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Dólar recua após ação do BC; Ibovespa contraria exterior e cai

21/05/2018 13h48

(Atualizada às 16h42) Após iniciar o dia em alta, o Ibovespa inverteu seu comportamento e passou ao campo negativo, com os investidores focados no vencimento de opções sobre ações ? o prazo terminou às 13h.

Por volta de 16h36, o índice operava em queda de 1,25%, aos 82.046 pontos. Na mínima do dia, chegou a atingir os 82.011 pontos mas, na máxima, foi aos 83.883 pontos (+0,96%).

O desempenho do Ibovespa até o momento contrasta com o das bolsas americanas e dos mercados locais de câmbio e juros, que têm um dia de maior otimismo e pressões reduzidas. Lá fora, as menores tensões em relação às disputas comerciais entre EUA e China impulsionam os índices acionários americanos, que permanecem no campo positivo desde o início do dia.

Na ponta positiva, destaque para o setor de varejo: Magazine Luiza ON (+4,39%) e Gol PN (+3,6%) apresentam os melhores desempenhos do Ibovespa. No lado oposto, Ultrapar ON (-5,66%) eEletrobras ON (-3,9%)lideram as perdas.

Dólar

A atuação do BC para conter a escalada do dólar trouxe alívio aos investidores, fazendo com que a moeda americana opere ao redor de R$ 3,70 ao longo da sessão.Às 16h40, o dólar comercial caía 1,39%, a R$ 3,6890.

O BC finalmente conseguiu tirar os "comprados" em dólar da zona de conforto, o que ajuda a explicar a queda da moeda americana nesta segunda-feira, a primeira depois de seis pregões consecutivos de ganhos.

O elemento "novo" de hoje foi o reforço na atuação da autoridade monetária. E não apenas o aumento da oferta de swaps cambial de 5 mil para 15 mil: em comunicado em seu site, o BC deixou claro que poderá fazer intervenções "discricionárias", em caso de necessidade.

Ou seja, o BC passou o recado de que tem arsenal e poderá disponibilizar ainda mais contratos de swap se necessário.

O mercado ainda discute a duração no alívio do câmbio. Para Ilya Gofshteyn, estrategista do banco Standard Chartered em Nova York, foi importante o BC dar um sinal mais firme, e isso reforça cenários de posições favoráveis ao real, num cenário em que divisas emergentes de forma geral parecem mais fracas que o justificado pelos fundamentos.

A elevação das ofertas de "hedge" cambial e também do tom do BC era uma demanda do mercado que se fortaleceu ao longo da semana passada, quando o dólar seguiu em forte alta a despeito da surpresa com a manutenção da meta Selic estável em 6,50% ao ano.

Hoje, o Banco Central vendeu todos os 4.225 contratos de swap cambial ofertados em operação de rolagem do vencimento junho. Mais cedo, havia colocado todos os 15 mil "novos" contratos de swap disponibilizados ao mercado, o triplo dos lotes da semana passada.

O lote de swaps a vencer em junho soma US$ 5,65 bilhões. O volume total de swaps no mercado já está em US$ 25,798 bilhões, US$ 2 bilhões a mais do que no começo do mês.

O aumento do estoque é resultado dos cinco leilões de 5 mil contratos "novos" de swap cambial realizados na semana passada e da colocação de 15 mil feita hoje, já dentro do aumento das ofertas anunciado no fim da semana passada.

A expectativa é que, até o fim do mês, o estoque de swaps seja elevado para US$ 30,298 bilhões.