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Ibovespa segue positivo apesar de Petrobras; dólar ronda R$ 3,64

22/05/2018 13h37

Após passar boa parte da manhã oscilando ao redor da estabilidade, o Ibovespa ganhou força e, agora, sustenta-se no campo positivo. O bom desempenho das ações do setor bancário, em especial Itaú Unibanco PN, neutraliza as quedas de Petrobras e Vale.

Por volta de 13h30, o Ibovespa avançava 0,49%, aos 82.213 pontos, após atingir a mínima aos 81.613 pontos (-0,25%) e a máxima aos 82.579 pontos (+0,93%). O giro financeiro do índice já chega a R$ 5,38 bilhões, indicando mais um dia de forte volume ? caso o ritmo seja mantido, o total negociado ao fim da sessão irá superar os R$ 12 bilhões.

Itaú Unibanco PN (+2,51%), Banco do Brasil ON (+2,09%), Bradesco PN (+1,8%) e Santander Brasil units (+0,71%) puxam o índice para cima. Segundo Ari Santos, gerente da mesa de operações da H. Commcor, as quedas recentes nos papéis do setor abrem espaço para alguma recuperação ? as ações do Itaú e do Bradesco ainda acumulam queda de mais de 10% neste mês.

O movimento dos bancos compensa a retração dos papéis da Petrobras. As ações preferenciais caem 2,23% e apresentam o maior giro do Ibovespa, com R$ 1,07 bilhão, enquanto as ordinárias caem 2,5% e movimentam R$ 223 milhões.

Para Santos, o mercado segue apreensivo quanto à possibilidade de alteração na política de preços da Petrobras, apesar de tanto o presidente da estatal, Pedro Parente, quanto representantes do governo terem dito que as discussões a respeito do valor dos combustíveis não consideravam essa hipótese.

"Ficou um clima meio ruim, um medo de que o governo volte a interferir", diz. "O pessoal fica com um pé atrás, todo mundo aguarda pela decisão final [sobre o preço de combustíveis]".

Ainda no campo negativo, Vale ON (-1,21%) recua na esteira da queda dos preços do minério de ferro ? a commodity caiu 1,4% na China, a US$ 64,41 a tonelada, pior nível desde 16 de abril. As exportadoras, como Suzano ON (-5,3%) e Fibria ON (-1,78%), também aparecem entre as principais perdas, reagindo à desvalorização do dólar ante o real nos últimos dias.

Na ponta positiva, juntam-se aos bancos as varejistas, como Lojas Renner ON (+3,67%), Via Varejo units (+3,35%) e Lojas Americanas PN (+2,98%). Destaque também para Cemig PN (_4,1%), reagindo à notícia de que a Aneel aprovou hoje um reajuste tarifário médio de 23,19% para os clientes da distribuidora Cemig-D.

Dólar

O segundo dia consecutivo de queda do dólar leva a moeda para o menor patamar em uma semana, em mais um pregão em que as atuações reforçadas do Banco Central se somaram ao ambiente externo propício a moedas emergentes.

Às 13h30, o dólar comercial caía 1,42%, a R$ 3,6361. Na mínima, desceu a R$ 3,6341, menor nível intradia desde o último dia 14 (R$ 3,5732).

No mercado futuro, o dólar para junho se desvalorizava 1,07%, a R$ 3,6410.

O BC voltou hoje a despejar US$ 750 milhões no mercado via contratos de swap cambial tradicional. Com isso, as vendas líquidas de swap - ou seja, o dinheiro "novo" colocado no mercado - ao longo deste mês já totaliza US$ 2,75 bilhões. A expectativa é que, até o fim do mês, mais US$ 3,75 bilhões entrem no mercado, totalizando ao fim do mês venda líquida de moeda de US$ 6,5 bilhões.

Será a maior colocação de dólares para um mês desde maio do ano passado, quando, na esteira do escândalo da JBS, o BC injetou US$ 10 bilhões no mercado futuro via swaps.

Mas é importante notar que no exterior, pelo segundo dia consecutivo, o dólar perde terreno frente a várias moedas emergentes. O real tem o segundo melhor desempenho, atrás apenas do peso chileno (+1,7%). Peso colombiano (+1,0%), rublo russo (+0,8%) e rand sul-africano (+0,9%) - todas na lista de divisas consideradas de maior risco - completam a lista de maiores altas desta terça.

No ano, contudo, o real ainda é uma das moedas que mais caem, em baixa de 9,2% ante o dólar. E, para, o Morgan Stanley, os fatores que têm contribuído para o fraco desempenho do câmbio brasileiro vieram para ficar.

"Achamos que o baixo 'carry' e a maior sensibilidade ao risco, com um pano de fundo de turbulência nos mercados nos últimos meses, levaram investidores a buscar proteção na venda de reais", dizem estrategistas do banco.

Eles esperam que os prêmios de risco dos ativos brasileiros continuem "elevados" nos próximos meses. E, com isso, a "underperformance" do real pode se intensificar nos próximos trimestres.