Dólar ganha força e fecha acima dos R$ 3,87
A alta do dólar ganhou força durante a tarde desta quarta-feira, levando a um salto de 2% ante o real. Considerando apenas a variação no fechamento, poderia se dizer que o mercado local registrou hoje uma de suas piores sessões nos últimos dois meses, quando a instabilidade aumentou por aqui. Operadores comentam, entretanto, que o dia foi atípico por causa da redução de liquidez durante o jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo de futebol.
O pano de fundo para esse tom mais negativo está, principalmente, no exterior. Os ativos foram tomados pela aversão ao risco em meio a preocupações com uma guerra comercial entre Estados Unidos e China. Num sinal de que a relação entre as potências está estremecida, o assessor-chefe da Casa Branca para assuntos econômicos, Larry Kudlow, disse que administração americana não está retrocedendo das posições firmes contra Pequim. "A economia dos EUA está crescendo, enquanto a da China não está tão bem", afirmou.
A firme queda das bolsas americanas e a alta generalizada do dólar comprovam o ambiente mais arisco. Numa lista de 33 moedas, o real teve o segundo pior desempenho do dia, melhor apenas que o rand sul-africano. "Temos fatores adicionais que fazem a nossa moeda ter desempenho pior que os pares: quadro eleitoral ainda é bastante incerto", destaca o profissional de tesouraria de um banco doméstico.
Por aqui, o dólar fechou em alta de 2,07%, a R$ 3,8744, maior nível desde 7 de junho quando ficou em R$ 3,9233.
E mesmo diante da escalada do dólar, o Banco Central não anunciou ofertas líquidas de swap cambial, instrumento que tem sido usado para conter o nervosismo no mercado. Operadores apontam que o dia é "atípico" por causa da partida da Copa do Mundo, sendo este um dos motivos que justificam a ausência de novas intervenções da autoridade monetária. Além disso, o movimento local teve a mesma direção dos outros mercados emergentes, embora seja mais acentuado por aqui.
Até o começo da disputa da Copa do mundo, às 15h, em seis horas de sessão, o giro no mercado futuro de dólar - o segmento mais líquido do câmbio - somava US$ 56,949 bilhões ou 296 mil contratos. Isso significa uma média de R$ 9,491 bilhões ou 49 mil contratos por hora.
Já nas quase duas horas até o fim da partida, o mercado futuro de dólar teve uma firme queda no giro, rodando R$ 3 bilhões em volume financeiro ou 15 mil contratos por hora. Vale dizer ainda que o número poderia ser ainda menor se não fossem pelas operações durante o intervalo do jogo.
Mais cedo, o Banco Central vendeu o total de US$ 2,425 bilhões em dois leilões de dólar com compromisso de recompra. Com isso, apesar da alta do dólar hoje, o cupom cambial (juro em dólar no Brasil) tem forte queda. Para um profissional de mercado, a atuação do BC parece ter um intuito "preventivo" contra um estresse ainda maior do cupom. Nessa época do ano, de virada de trimestre e semestre, costuma ocorrer o envio de capital para o exterior. Isso já seria suficiente para afetar a liquidez no mercado. E um cupom ainda mais elevado poderia ser um obstáculo ainda maior para essas operações comerciais.
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