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Juros futuros sobem e devolvem parte da correção da semana passada

27/06/2018 17h14

Os contratos de juros futuros fecharam em alta, nesta quarta-feira (27), em dia de volume concentrado no período da manhã por conta do jogo do Brasil na Copa do Mundo. O clima negativo observado no exterior acabou determinando o movimento de realização de lucros por aqui.

Depois das fortes valorizações no início do mês, com o estresse enfrentado pelo mercado diante das dúvidas sobre o rumo da política monetária, os contratos de DIs vinham se ajustando há alguns dias. Para se ter ideia do movimento, o DI janeiro/2020 fechou, na terça (26), no menor patamar desde o dia 7 e o janeiro/2021 na menor taxa desde o dia 6.

"O DI teve um movimento rápido de melhora nas taxas, e, hoje, devolve um pouco o movimento. O movimento de fortalecimento do dólar ajuda o mercado a querer devolver esse prêmio", explica David Cohen, da Paineiras Investimentos.

O movimento no câmbio é motivado pelas incertezas com a possibilidade de uma guerra comercial global, um fator que cada vez mais parece ameaçar a perspectiva do crescimento mundial. No mais recente movimento, o presidente Donald Trump sugeriu que pode arquivar a ideia de impor novas restrições a investimentos da China no setor de tecnologia dos Estados Unidos. A posição, agora, parece ser de confiar nos instrumentos já disponíveis para coibir aquisições - e mesmo roubo - de inovações americanas.

Nesse contexto, o dólar apresenta alta sobre moedas emergentes, inclusive o real. A moeda americana subiu frente a russa, a lira turca, o peso chileno e diante da moeda da África do Sul. Aqui, o dólar fechou com alta de 2,07%, a R$ 3,8744.

BC e Tesouro Nacional

O Banco Central fez uma intervenção no câmbio, nesta quarta, com a venda de US$ 2,425 bilhões no leilão de linha em dólar com compromisso de recompra em agosto e setembro. Não teve, por outro lado, venda líquida de swap cambial de modo a interferir na cotação da moeda americana. O swap equivale a venda de dólar no mercado futuro.

No lado dos títulos públicos, o Tesouro Nacional não aceitou as propostas de compra e venda de LTN no leilão realizado nesta manhã. Em NTN-F, foram adquiridos 100 mil títulos, ou 5% do limite de 2 milhões definido pelo Tesouro, e nenhuma proposta de venda foi aceita.

CMN

Com o cenário de curto prazo ainda muito conturbado, pesa pouco na curva de juros a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de fixar a meta de inflação em 3,75% para 2021. A decisão foi vista como ousada por uma parte dos economistas, uma vez que a deterioração do cenário, com o difícil quadro fiscal do país e as incertezas a respeito da política econômica a ser conduzida pelo próximo governo, não permitiria um movimento de redução da meta.

Os investidores também seguem de olho no noticiário político. Está previsto para esta quinta (28) a divulgação de uma pesquisa Ibope de intenção de votos para presidência da República, que foi encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Amanhã também será divulgado o relatório de inflação, que deve confirmar as indicações do BC tanto no comunicado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) quanto na ata.

Ao fim da sessão regular, às 16h, o DI janeiro/2020 fechou a 8,53% (de 8,41% no ajuste anterior), o DI janeiro/2021 anotou taxa de 9,52% (9,39% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2025 conclui a 11,77% (11,68% no ajuste anterior).