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Para receber ajuda financeira, aéreas voam com aviões vazios nos EUA

Imagem de radar dos voos no espaço aéreo dos EUA - Reprodução
Imagem de radar dos voos no espaço aéreo dos EUA Imagem: Reprodução

Vinícius Casagrande

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/04/2020 04h00

Em meio à crise do coronavírus, que afetou a aviação em todo o mundo, as companhias aéreas dos Estados Unidos estão voando com aviões vazios. Para receber ajuda financeira do governo, as empresas foram obrigadas a manter boa parte de suas rotas, mesmo sem demanda de passageiros. Enquanto os voos tiveram um corte de 60%, o fluxo de passageiros caiu mais de 95% no mês de abril.

O governo norte-americano prometeu uma ajuda de cerca de US$ 25 bilhões para as companhias aéreas. Em contrapartida, as empresas são obrigadas a manter a maior parte dos destinos para os quais voavam até o dia 1º de março, antes do início da crise do coronavírus.

As regras determinam que se uma companhia aérea fazia uma rota pelo menos uma vez por dia, cinco vezes por semana antes de 1º de março, ela deve continuar a fazê-lo durante a pandemia - ou solicitar uma exceção. Se a frequência fosse menor, deveria manter pelo menos um voo por semana na mesma rota.

Com isso, as companhias aéreas norte-americanas ficaram impedidas de fazer cortes de voos mais drásticos, como ocorreu em outras regiões do mundo. Na Europa e no Brasil, houve uma redução de mais de 90% dos voos. Em Cingapura, o corte chega a 97% dos voos.

O problema é que os passageiros desapareceram totalmente. Dados da TSA (Administração de Segurança do Transporte, na sigla em inglês), mostram que na última quarta-feira (22), o órgão registrou 98.968 passageiros, contra 2,2 milhões do mesmo dia no ano passado. Índices parecidos com esse têm sido apresentados desde o início de abril.

Céu cheio de aviões

Apesar da queda de 60% dos voos, a quantidade de aviões voando nos Estados Unidos ainda é suficiente para que imagens de radar mostrem o espaço aéreo do país cheio de aviões. Em tempos normais, são cerca de 44 mil voos por dia segundo a FAA, a agência de aviação civil norte-americana. Mesmo com a crise no setor aéreo, ainda restam mais de 17 mil voos por dia.

Em sites de monitoramento de voos como o FlighRadar24, pode-se até ter a impressão de que o fluxo de aviões permanece inalterado. As imagens têm sido usadas até mesmo para contestar as medidas de distanciamento social adotadas em outros países.

Além de aviões de passageiros vazios, outra explicação está no aumento dos voos cargueiros. Em tempos de pandemia, o setor ganhou mercado para o transporte de suprimentos médicos por todo o país.