UTI aérea usa capacete especial descartável para levar paciente com covid
Longe dos grandes centros e de hospitais com estrutura para o tratamento do novo coronavírus, muitos pacientes precisam ser transferidos por longas distâncias para receber tratamento. Nessas situações, a opção mais rápida e segura é o serviço de UTI aérea.
Porém, as empresas de táxi-aéreo que prestam esse tipo de serviço costumam usar aviões de pequeno porte, o que dificulta o distanciamento social. Médicos e tripulantes são obrigados a usar roupas especiais de proteção, mas ainda faltava recursos extras para o próprio paciente.
A solução foi usar um capacete chamado de Bric (Bolha de Respiração Individual Controlada), um dispositivo para ventilação não-invasiva usado normalmente para evitar a intubação de pacientes com dificuldade respiratória.
Há apenas um modelo fabricado no Brasil com autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O equipamento, individual e descartável, foi desenvolvido pela Roboris, uma empresa de tecnologia que é fornecedora de engenharia industrial para a Embraer e que faz parte do Cluster Aeroespacial Brasileiro, localizado em São José dos Campos (SP). Uma das empresas do setor que adotou o equipamento foi a Abelha Táxi-Aéreo e Aeromédico, de Cuiabá (MT), que comprou 20 unidades do equipamento.
O capacete é indicado para paciente com sintomas respiratórios graves. No transporte aeromédico, no entanto, ele será utilizado mesmo por pacientes em melhores condições. Além do tratamento, o objetivo é evitar riscos de contaminação de médicos e tripulantes presentes no voo.
"Se o paciente não está sendo tratado com o capacete, vai ser utilizado com a finalidade de proteger toda a equipe médica, tripulação e paciente durante o deslocamento, pois tem como sua principal característica a estanquidade (vedação), capacidade de conter o vazamento, essencial para evitar a propagação da doença e não expõe os profissionais a aerossóis, diminuindo bastante as chances de contaminação", afirmou a empresa.
"Com essa parceria, conseguimos melhorar a ventilação e oxigenação do paciente, assim como melhorar a segurança de contaminação dentro da cabine, preservando a equipe médica e os pilotos", afirmou o médico Rodrigo de Brito.
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