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Coronavírus faz procura por aluguel de jato executivo crescer até 70%

Boeing 787 executivo utilizado pela Flapper - Divulgação
Boeing 787 executivo utilizado pela Flapper Imagem: Divulgação

Vinícius Casagrande

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/03/2020 04h00

O fechamento de fronteiras internacionais como medida para o combate à pandemia do novo coronavírus e o cancelamento de voos de companhias aéreas deixaram muitos brasileiros presos no exterior sem condições de voltar para casa. Enquanto muitos sofrem para encontrar voos comerciais, uma parcela recorreu aos fretamentos de táxi-aéreo para agilizar o retorno para casa.

A procura por aviões particulares para voos internacionais cresceu 69% apenas no aplicativo Flapper. Na empresa de táxi-aéreo Icon Aviation, esse índice chegou a 15%.

"Essa procura não é de brasileiros que querem ir para o exterior. São voos para buscar brasileiros que precisam voltar ao Brasil e que respeitam todas as normas aeroportuárias e de fronteira de cada país", afirmou a Icon.

Segundo o CEO da Flapper, Paul Malicki, o aumento da procura começou a partir da segunda semana deste mês, quando diversos países passaram a adotar o fechamento de fronteiras. "Os voos aeromédicos e de turistas e empresários brasileiros que retornam da Europa, Estados Unidos e Peru correspondem a mais da metade de todos os pedidos internacionais", afirmou.

A Flapper diz que as rotas de Cusco (Peru) para São Paulo e de Lima (Peru) para São Paulo foram as mais cotadas nesse período. Sem condições de contratar um táxi-aéreo, centenas de brasileiros enfrentaram sérias dificuldades para conseguir voltar ao país. A repórter Luciana Sarmento demorou nove dias para conseguir voltar do Peru para o Brasil e contou sua saga em uma série de reportagens no UOL.

Segundo a Flapper, o perfil dos clientes varia de grandes corporações a agências de viagens e passageiros de alto poder aquisitivo.

Voos de até R$ 4 milhões

O preço dos voos varia de acordo com o modelo do avião utilizado e distância da rota. A Flapper trabalha com diversos modelos de aviões, que variam desde pequenos jatos executivos, como o Embraer Phenom 100, até grandes aviões comerciais configurados para o transporte VIP, como um Boeing 787.

Uma viagem de Montevidéu para São Paulo, com 1.500 quilômetros, em um Phenom 100 para até quatro passageiros custa cerca de R$ 100 mil. O CEO da Flapper afirmou que rota mais cara foi realizada para buscar brasileiros na China, com o valor de R$ 4 milhões.

Somente na Flapper, a soma dos voos executivos para esse período chega a R$ 62,6 milhões.

Voos domésticos devem crescer nos próximos meses

A procura por voos internacionais de táxi-aéreo deve cair nas próximas semanas, quando os brasileiros que estão no exterior conseguirem voltar para casa. No entanto, as empresas do setor trabalham na expectativa de um aumento na demanda por voos domésticos.

As companhias aéreas Gol, Latam e Azul reduziram drasticamente a oferta de voos. Além disso, muitos executivos estão receosos de viajar em aviões comerciais por medo de contágio do novo coronavírus.

Há, ainda, aqueles que querem fazer seu home office longe dos grandes centros. "Já recebemos pedidos de pessoas que querem escapar do vírus em locais mais tranquilos, como Porto Seguro (BA) ou na sua própria fazenda", afirmou Malicki.

Risco de contágio em jato executivo é menor, dizem empresas

A Flapper afirma que as chances de um passageiro contrair o vírus voando em jatos executivos é muito menor do que quem viaja em aviões comerciais. "Se há até 600 pontos de contato expondo os passageiros ao risco de contágio em um único voo comercial, existem apenas 20 interações desse tipo quando se voa em particular", afirmou.

A Icon Aviation afirmou que segue todas as orientações e recomendações da OMS (rganização Mundial da Saúde), do Ministério da Saúde e do governo do estado de São Paulo. A empresa diz que foram tomadas medidas extras de higienização para combater o avanço do Coronavírus.

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