Itapemirim promete avião mais espaçoso e lanche melhor a partir de janeiro
A Itapemirim pretende iniciar a venda de passagens de sua nova companhia aérea na segunda quinzena de janeiro. A promessa é ter aviões com menos gente, mais espaço e lanche mais caprichado. O presidente do grupo Itapemirim, Sidnei Piva, afirmou que a empresa aguarda a finalização do processo de certificação na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para iniciar a venda de passagens.
Segundo Piva, em janeiro, também devem chegar os primeiros dez aviões do modelo Airbus A320 da companhia aérea. "Os aviões já estão sendo preparados e até a segunda quinzena de janeiro todos já estarão no Brasil", afirmou.
A Itapemirim pretende iniciar suas operações no dia 1º de março. O voo inaugural deverá ser com convidados entre Vitória (ES) e Brasília (DF). Outras cidades que deverão ser atendidas pela nova companhia aérea logo no início das operações serão São Paulo, Ribeirão Preto (SP), Presidente Prudente (SP), Rio de Janeiro, Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Foz do Iguaçu (PR), Florianópolis (SC), Salvador (BA), Fortaleza (CE) e Goiânia (GO). "Queremos atender todas as capitais", afirmou Piva.
Os aviões da Itapemirim seguirão o mesmo padrão de cores já utilizado nos ônibus da empresa. A fuselagem será toda amarela com a cauda na cor preta.
Mais espaço entre as poltronas
O presidente do grupo afirmou que a parte interna será o maior diferencial da companhia aérea.
O Airbus A320 tem capacidade máxima para até 180 passageiros. No Brasil, os aviões do mesmo modelo utilizados pela Azul podem transportar até 174 passageiros, enquanto os da Latam têm capacidade entre 168 e 174 passageiros.
Piva afirmou que os aviões da Itapemirim serão configurados com mais espaço entre as poltronas, o que vai reduzir a capacidade máxima para cerca de 160 lugares. Além do maior espaço, Piva afirmou que a empresa vai investir em um serviço de bordo mais requintado.
Em entrevista ao UOL em julho, o CEO da divisão de transporte aéreo da Itapemirim, Tiago Senna, afirmou que a empresa cogitava até mesmo ter classe executiva nos aviões. Segundo Piva, a ideia foi descartada, mas que ainda assim a classe econômica será dividida em duas partes, com uma aérea premium.
Lanche melhor
O presidente do grupo Itapemirim afirmou que o serviço de bordo está tendo uma preocupação especial no processo de criação de companhia aérea. "Desde o início, o primeiro ponto que coloquei foi a prestação de serviço", afirmou Piva, que não revelou mais detalhes.
Sobre cobranças extras ao passageiro, como despacho de bagagem ou marcação antecipada de assento, Sidnei Piva disse apenas que isso ainda será anunciado.
Para o lançamento da companhia aérea, a Itapemirim prepara um app, que deve reunir diversos serviços. A empresa aérea já deverá ser lançada junto com seu programa de milhagem e um sistema de cash back.
Além disso, o grupo Itapemirim planeja a criação de um banco digital para o próximo ano, que também deverá estar integrado ao app da empresa.
Preços competitivos
Apesar da redução na quantidade de passageiros por voo, o presidente do grupo Itapemirim afirmou que os preços das passagens serão competitivos com os valores cobrados pelas concorrentes. "Não vamos ser uma empresa de preço baixo, mas também não vamos estar acima do mercado. O preço vai ser competitivo", afirmou.
De acordo com Piva, o segredo para manter um preço competitivo oferecendo mais serviços e transportando menos passageiros é reduzir a margem de lucro. "É possível manter a empresa saudável. Não dá para fazer mágica, mas dá para usar a criatividade", afirmou.
Pandemia
Para Piva, o momento do mercado não deve permitir que as empresas concorrentes iniciem uma guerra tarifária para atrapalhar a entrada da Itapemirim no mercado nacional. A pandemia do novo coronavírus trouxe um forte impacto para o mercado mundial de aviação.
O momento de baixa, porém, facilitou algumas negociações. De acordo com Piva, com tantos aviões parados ao redor do mundo, a Itapemirim conseguiu negociar melhor o preço do leasing do aviões. "É um momento terrível em todo o mundo, mas para a Itapemirim foi uma grande oportunidade", afirmou.
Recuperação judicial e investimento árabe
O anúncio da criação de uma companhia aérea da Itapemirim chegou a gerar dúvidas no mercado pelo fato de o grupo estar em recuperação judicial. Piva afirmou, no entanto, que o grupo já conseguiu se reestruturar.
A empresa protocolou no dia 1º de dezembro uma petição para finalizar os débitos com os credores e garantir o cumprimento antecipado de sua recuperação judicial. Neste momento, restam menos de R$ 180 milhões em dívidas a serem quitadas para a empresa sair da recuperação judicial.
Ele disse que a empresa receberá investimento de US$ 500 milhões de um fundo dos Emirados Árabes Unidos. "O dinheiro chega com as certificações da Anac", afirmou.
Uma das apostas da empresa é integrar transporte aéreo com seus ônibus. "Vamos chegar a 2.700 cidades do Brasil", afirmou.
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