Em quatro anos, framboesa, amora e mirtilo ocupam área 6 vezes maior em MG
Desde 2009, a área ocupada por plantios de framboesa, amora e mirtilo cresceu seis vezes na Serra da Mantiqueira, no sul de Minas Gerais, tradicional região produtora de morangos.
De 50 hectares de pomar há quatro anos, as chamadas frutas vermelhas ocupam agora 300 hectares, de acordo com levantamento realizado pela Ufla (Universidade Federal de Lavras).
A amora e a framboesa chegaram à região na década de 50, mas a produção comercial vem sendo mais explorada nos últimos quatro anos, como resultado de ações da Ufla (Universidade Federal de Lavras) e da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais) .
De acordo com Rafael Pio, 36, professor de agricultura da Ufla, as novas frutas não estão substituindo a cultura tradicional da região, mas vêm sendo incorporadas nas propriedades. A produção de morango se dá até outubro, enquanto que a colheita de framboesa, amora e mirtilo está atualmente em curso.
O morango é cultivado em 1.800 hectares na região, diz Pio, enquanto as demais ocupam perto de 300 hectares e se espalham por 25 municípios na Serra da Mantiqueira. O clima ameno da região no período noturno favorece a floração das plantas e a qualidade das frutas.
Mirtilo ocupa a menor área das três frutas
O mirtilo, também conhecido como blueberry, tem plantios em cerca de dez hectares, ainda não muito produtivos. "Queremos pesquisar, a partir de exemplares fornecidos do Sul do Brasil, as variedades que mais se adaptem à região", diz Rafael Pio.
De olho no potencial de produção de frutas vermelhas na Serra da Mantiqueira, a Berry Good, um braço da multinacional chilena Hortifrut, está produzindo morango, amora-preta e framboesa em Senador Amaral (MG) desde 2011.
A safra de amora-preta, segundo ele, termina em janeiro, e o quilo da fruta fresca vale R$ 12, contra R$ 5 recebidos pelos agricultores pela mesma quantidade de morango.
Já o quilo de framboesa é comercializado a R$ 24. A produção começa neste mês e se estende até junho. Os preços da amora-preta e da framboesa, porém, oscilam conforme a oferta das frutas. Os principais concorrentes dos produtores mineiros são os gaúchos de Vacaria.
O principal apelo na comercialização da amora- preta, da framboesa e do mirtilo são suas propriedades antioxidantes.
Eles combatem os chamados radicais livres, liberados durante o metabolismo e responsáveis pelo envelhecimento celular, segundo José Fernando Durigan, 65, professor de tecnologia das Faculdades Agrárias e Veterinárias da Unesp (Universidade Estadual Paulista), de Jaboticabal (342 km de São Paulo).
Pomar de frutas vermelhas é "plano B" de economista
O economista Norberto Teixeira Vega, 60, diz que suas plantações de frutas vermelhas em Cambuí (MG) são seu “plano B” de renda. Atualmente ele trabalha como gerente de uma empresa em São Paulo que faz limpeza pública e aterros.
Ele mantém três hectares de framboesas e amoras, e diz que a rentabilidade do pomar é maior quando as frutas são vendidas fora de época. Para conseguir isso, ele programa a colheita de forma a não coincidir com a de produtores do Sul do país.
Nessas condições, chega a entregar o quilo da framboesa por R$ 45. Já a amora-preta garante de R$ 30 a R$ 35 pela mesma quantidade. Os frutos são colhidos um pouco verdes, para que cheguem maduros ao consumidor.
Vega possui ainda 600 pés de mirtilo, metade dos quais já em fase de produção. Cada arbusto produz dois quilos da fruta.
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