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Bolsa cai pelo 4º dia, tem pior nível desde 2011 e já perde 20% no ano

Do UOL, em São Paulo

12/06/2013 18h09Atualizada em 21/03/2014 15h19

Bovespa fechou em queda pelo quarto dia seguido nesta quarta-feira (12). O Ibovespa (principal índice da Bolsa) recuou 1,18%, aos 49.180,58 pontos. É o menor nível desde 8 de agosto de 2011 (48.668,29 pontos), quando a Bolsa desabou mais de 8%.

No ano, a Bovespa já acumula perdas de 19,3%. As principais Bolsas também caíram pelo mundo, na Ásia, Europa e EUA.

dólar comercial fechou em alta de 0,82%, a R$ 2,154 na venda, atingindo o nível de R$ 2,15 pela primeira vez em mais de quatro anos. É o maior valor de fechamento desde 30 de abril de 2009 (quando o câmbio registrou R$ 2,182). 

Cenário externo preocupa investidores

Os investidores estavam preocupados, principalmente, com a recuperação econômica global. Desde a crise econômica, os bancos centrais têm adotado medidas para ajudar a estimular a economia.

Porém, com alguns sinais de recuperação, especialmente dos Estados Unidos, os investidores agora temem a redução destes estímulos, o que diminuiria a quantidade de dinheiro em circulação no mercado financeiro.

Além disso, se os EUA decidirem aumentar sua taxa de juros, existe o risco de os investidores tirarem recursos de países emergentes para colocá-los em uma economia considerada mais segura.

"Os investidores ficaram acostumados com o quadro de excesso de liquidez global e agora o clima é de pânico, por causa da possibilidade de que os bancos centrais comecem a diminuir os estímulos", disse o operador Luiz Roberto Monteiro, da Renascença Corretora em São Paulo.

"Mas além do exterior ruim, a Bovespa cai mais do que os outros mercados porque temos o agravante que é a intervenção do governo na economia", acrescentou Monteiro.

Opção sobre ações deixa Bolsa instável

A Bovespa operou instável por causa do vencimento dos contratos de opções sobre ações. Opções são acordos de compra e venda de papéis por preços determinados.

Quem aposta que a ação vai ficar mais cara assume posição "comprada", para liquidar o contrato pagando um preço menor pela ação do que o da negociação da Bolsa.

Já quem acredita que o preço da ação vai cair assume posição "vendida" para vender as ações a um preço maior do que o do dia.

Por isso, a Bolsa fica sujeita à ação de alguns investidores, que tentam pressionar os preços atuais para se beneficiarem com o movimento.

Empresas de Eike e Klabin são destaques de baixa

As ações de empresas de Eike Batista apareceram entre as maiores quedas da Bolsa. A petrolífera OGX (OGXP3) fechou com forte queda, depois de ter desabado 9,3% na véspera. Também recuaram as ações da empresa de logística LLX (LLXL3) , e da mineradora MMX (MMXM3).

Após o tombo das ações da OGX na terça, o empresário saiu da lista dos 200 bilionários mais ricos do mundo, divulgada pela agência de notícias Bloomberg. A Fortuna de Eike agora é estimada em US$ 6,1 bilhões pela agência.

A fabricante de papel Klabin (KLBN4) anunciou na noite da véspera que construirá sozinha nova fábrica no Paraná, o chamado Projeto Puma, e fará uma emissão R$ 1,7 bilhão em units para tocar o projeto. Os investidores avaliaram a medida de forma negativa.

"O projeto parece muito interessante do lado operacional, mas no curto prazo existe a pressão de aumento do endividamento, consumo de fluxo de caixa, além de uma oferta de papéis que acaba gerando diluição para os acionistas", disse Alves.

Bolsas internacionais fecham em baixa

As ações norte-americanas fecharam em queda em uma sessão instável. O Dow Jones perdeu mais de 100 pontos em vendas generalizadas, motivadas por preocupações sobre a redução de estímulo à economia pelos bancos centrais.

O índice Dow Jones recuou 0,84%, para 14.995 pontos. O índice Standard & Poor's 500 teve desvalorização de 0,84%, para 1.612 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq caiu 1,06%, para 3.400 pontos.

As ações europeias caíram, pressionadas pelos setores bancário e de automóveis, em meio a preocupações com a política grega que levaram os índices regionais para mais perto de importantes níveis de baixa, cujo rompimento poderá gerar mais perdas.

O índice das principais ações europeias FTSEurofirst 300 encerrou em queda de 0,4%, a 1.174 pontos, ampliando a queda da sessão anterior.

Em Londres, o índice Financial Times recuou 0,64%. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 0,96%. Em Paris, o índice CAC-40 teve baixa de 0,44%.

As ações asiáticas atingiram novos recordes de baixa de 2013, e as ações japonesas tiveram outra sessão instável, ampliando a tendência de queda das ações globais.

A falta de novas ações do banco central japonês para controlar o tumulto no mercado doméstico de títulos e contínuas preocupações com a diminuição do estímulo dos Estados Unidos desencorajavam investidores.

As ações australianas caíram 0,69%, enquanto as ações sul-coreanas encerraram em queda de 0,56%. Cingapura retrocedeu 0,53%.

Os mercados na China e em Hong Kong ficaram fechados devido a feriados. O Nikkei, do Japão, caiu 0,21%. O Nikkei já perdeu cerca de 17% em relação ao recorde de cinco anos e meio atingido no mês passado.

(Com Reuters)