Bolsa cai pelo 4º dia, tem pior nível desde 2011 e já perde 20% no ano
A Bovespa fechou em queda pelo quarto dia seguido nesta quarta-feira (12). O Ibovespa (principal índice da Bolsa) recuou 1,18%, aos 49.180,58 pontos. É o menor nível desde 8 de agosto de 2011 (48.668,29 pontos), quando a Bolsa desabou mais de 8%.
No ano, a Bovespa já acumula perdas de 19,3%. As principais Bolsas também caíram pelo mundo, na Ásia, Europa e EUA.
O dólar comercial fechou em alta de 0,82%, a R$ 2,154 na venda, atingindo o nível de R$ 2,15 pela primeira vez em mais de quatro anos. É o maior valor de fechamento desde 30 de abril de 2009 (quando o câmbio registrou R$ 2,182).
Cenário externo preocupa investidores
Os investidores estavam preocupados, principalmente, com a recuperação econômica global. Desde a crise econômica, os bancos centrais têm adotado medidas para ajudar a estimular a economia.
Porém, com alguns sinais de recuperação, especialmente dos Estados Unidos, os investidores agora temem a redução destes estímulos, o que diminuiria a quantidade de dinheiro em circulação no mercado financeiro.
Além disso, se os EUA decidirem aumentar sua taxa de juros, existe o risco de os investidores tirarem recursos de países emergentes para colocá-los em uma economia considerada mais segura.
"Os investidores ficaram acostumados com o quadro de excesso de liquidez global e agora o clima é de pânico, por causa da possibilidade de que os bancos centrais comecem a diminuir os estímulos", disse o operador Luiz Roberto Monteiro, da Renascença Corretora em São Paulo.
"Mas além do exterior ruim, a Bovespa cai mais do que os outros mercados porque temos o agravante que é a intervenção do governo na economia", acrescentou Monteiro.
Opção sobre ações deixa Bolsa instável
A Bovespa operou instável por causa do vencimento dos contratos de opções sobre ações. Opções são acordos de compra e venda de papéis por preços determinados.
Quem aposta que a ação vai ficar mais cara assume posição "comprada", para liquidar o contrato pagando um preço menor pela ação do que o da negociação da Bolsa.
Já quem acredita que o preço da ação vai cair assume posição "vendida" para vender as ações a um preço maior do que o do dia.
Por isso, a Bolsa fica sujeita à ação de alguns investidores, que tentam pressionar os preços atuais para se beneficiarem com o movimento.
Empresas de Eike e Klabin são destaques de baixa
As ações de empresas de Eike Batista apareceram entre as maiores quedas da Bolsa. A petrolífera OGX (OGXP3) fechou com forte queda, depois de ter desabado 9,3% na véspera. Também recuaram as ações da empresa de logística LLX (LLXL3) , e da mineradora MMX (MMXM3).
Após o tombo das ações da OGX na terça, o empresário saiu da lista dos 200 bilionários mais ricos do mundo, divulgada pela agência de notícias Bloomberg. A Fortuna de Eike agora é estimada em US$ 6,1 bilhões pela agência.
A fabricante de papel Klabin (KLBN4) anunciou na noite da véspera que construirá sozinha nova fábrica no Paraná, o chamado Projeto Puma, e fará uma emissão R$ 1,7 bilhão em units para tocar o projeto. Os investidores avaliaram a medida de forma negativa.
"O projeto parece muito interessante do lado operacional, mas no curto prazo existe a pressão de aumento do endividamento, consumo de fluxo de caixa, além de uma oferta de papéis que acaba gerando diluição para os acionistas", disse Alves.
Bolsas internacionais fecham em baixa
O índice Dow Jones recuou 0,84%, para 14.995 pontos. O índice Standard & Poor's 500 teve desvalorização de 0,84%, para 1.612 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq caiu 1,06%, para 3.400 pontos.
As ações europeias caíram, pressionadas pelos setores bancário e de automóveis, em meio a preocupações com a política grega que levaram os índices regionais para mais perto de importantes níveis de baixa, cujo rompimento poderá gerar mais perdas.
O índice das principais ações europeias FTSEurofirst 300 encerrou em queda de 0,4%, a 1.174 pontos, ampliando a queda da sessão anterior.
Em Londres, o índice Financial Times recuou 0,64%. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 0,96%. Em Paris, o índice CAC-40 teve baixa de 0,44%.
As ações asiáticas atingiram novos recordes de baixa de 2013, e as ações japonesas tiveram outra sessão instável, ampliando a tendência de queda das ações globais.
A falta de novas ações do banco central japonês para controlar o tumulto no mercado doméstico de títulos e contínuas preocupações com a diminuição do estímulo dos Estados Unidos desencorajavam investidores.
As ações australianas caíram 0,69%, enquanto as ações sul-coreanas encerraram em queda de 0,56%. Cingapura retrocedeu 0,53%.
Os mercados na China e em Hong Kong ficaram fechados devido a feriados. O Nikkei, do Japão, caiu 0,21%. O Nikkei já perdeu cerca de 17% em relação ao recorde de cinco anos e meio atingido no mês passado.
(Com Reuters)
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