Dólar fecha acima de R$ 2,15 pela primeira vez em mais de 4 anos
O dólar comercial fechou nesta quarta-feira (12) em alta de 0,82%, a R$ 2,154 na venda. É o maior valor de fechamento desde 30 de abril de 2009 (quando o câmbio registrou R$ 2,182).
Preocupações sobre a retomada de crescimento econômico global deixaram os investidores pessimistas, e, nesses momentos, eles tendem a procurar investimentos mais seguros.
Com uma procura maior por dólares, a tendência é que o preço da moeda suba. "Na falta de um cenário mais tranquilo, você sempre vai se pautar pela pior hipótese que você vê", afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
Nos dois últimos dias, o Banco Central realizou leilões de venda de dólares, duas vezes por dia, para tentar conter a alta da moeda, intervenção que não era feita desde dezembro do ano passado.
Investidores diziam acreditar que o BC pudesse intervir novamente, mas a sessão encerrou sem essa venda de dólares.
Investidores testam o BC
Segundo o gerente da mesa de câmbio da Advanced Corretora, Celso Siqueira, investidores também compraram dólares para testar qual será o limite máximo aceito pelo BC para a cotação.
"Se o mercado passar da barreira de R$ 2,16, ele rapidamente vai buscar R$ 2,17, com certeza. Se isso acontecer amanhã, na sexta-feira o BC deve atuar mais intensamente", acrescentou ele.
Analistas têm afirmado que ainda é cedo para identificar um novo limite para o dólar, mas que o nível de R$ 2,16 representa um nível importante, uma vez que as ações do BC ocorreram quando a moeda norte-americana era negociada em torno desse patamar.
Leilões de dólares
O Brasil adota um regime de câmbio flutuante, o que quer dizer que, na teoria, o Banco Central não pode impor limites para a variação do dólar em relação ao real.
Porém, há instrumentos que podem ser usados para controlar oscilações muito fortes. Um deles é o leilão de compra ou venda de dólares no futuro, chamados de swaps.
Quando o dólar se valoriza muito, o BC pode ofertar contratos equivalentes à venda de dólares no futuro; assim, mais moeda estrangeira passa a circular no mercado, e a tendência é que o preço do dólar recue.
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