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Calotes das empresas sobem 12,9% no mês, diz Serasa; SPC fala em 0,37%

Do UOL, em São Paulo

27/08/2014 10h50

O número de empresas brasileiras com dívidas atrasadas cresceu no mês de julho, na comparação com junho. A alta, no entanto, varia de acordo com a empresas que divulga os dados.

A Serasa aponta um aumento de 12,9% nos calotes de junho para julho. Segundo a entidade, é o maior avanço para o mês de julho desde 2000, quando os dados começaram a ser registrados.

Já o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) fala em elevação bem menor, de 0,37% de junho para julho. 

Na comparação entre julho deste ano e julho do ano passado, os números também divergem. Para a Serasa, o avanço da inadimplência das empresas foi de 11,4%. O SPC registrou alta menor, de 7,11%.

No acumulado do primeiro semestre, a Serasa informa que houve aumento de 6,9% nas dívidas atrasadas em relação a igual período de 2013. O SPC registrou elevação de 6,17%.

Estagnação econômica, alta nos juros e inflação acima da meta

As duas entidades apontam como responsáveis pela alta nos calotes das empresas o cenário de estagnação econômica do país, com alta nos juros e inflação acima da meta.

A Serasa afirma, ainda, que as pausas realizadas por conta da Copa do Mundo e a elevação da folha de pagamento também contribuíram para a inadimplência das empresas.

Números podem variar de acordo com entidade

Dados sobre inadimplência da empresas são coletados e divulgados por duas entidades diferentes, em âmbito nacional: o SPC e a Serasa. Os dados divulgados podem ser diferentes uns dos outros.

A discrepância nos resultados pode ocorrer porque os números se referem apenas às lojas atendidas por cada uma das empresas. Seus números são válidos apenas para seus clientes, e não podem ser generalizados para todo o país.

As lojas podem contratar os serviços de qualquer uma das três ou de nenhuma delas.

Nenhum dos institutos revela detalhes de sua metodologia de pesquisa (como número total de clientes atendidos, distribuição geográfica e composição estatística), por considerar este dado uma informação estratégica da empresa.

Rodolfo Olivo, professor de finanças empresariais da Faculdade FIA, faz uma ressalva em relação à abrangência das pesquisas. "Embora as bases de dados das empresas sejam nacionais, elas não podem ser consideradas representativas, porque não sabemos se são aplicados critérios estatísticos amplos", afirma.