Vendedores de sapato são 'patrões' em franquias de calçado feminino
Duas marcas de calçados femininos têm buscado vendedores de sapatos para tomar frente das unidades e expandir suas redes. Com a promessa de transformá-los em donos de seu próprio negócio, as marcas Quinta Valentina e Miarte oferecem aos interessados iniciar uma operação com baixo investimento ou mesmo nenhum.
A "mágica" do custo acessível para abrir o negócio está no fato de que os franqueados atuam como revendedores, sem a necessidade de investir numa loja física. Além disso, toda a divulgação dos produtos fica sob sua responsabilidade. A Miarte oferece um modelo de negócio online e a Quinta Valentina usa a venda direta (o mesmo sistema de Avon e Natura).
No formato de franquia online, a Miarte não cobra nada pela abertura da operação. O portal permite criar um site próprio e escolher os produtos para trabalhar. Assim que se cadastra, o vendedor já começa a operar, sem necessidade de comprar estoque para revender. Os pedidos são feitos diretamente para a franqueadora, que também fica responsável pela entrega ao cliente.
A receita do empreendedor vem unicamente da comissão sobre as vendas, que varia de 8% a 14%, conforme o volume negociado. O valor médio dos sapatos é de R$ 160. Já são 307 franqueados cadastrados. A meta é chegar a três mil em um ano e atingir faturamento de R$ 1 milhão.
“A proposta é dar oportunidade para empreendedores que queiram abrir um negócio próprio, mas não têm dinheiro para investir”, afirma Ricardo Moraes, o fundador da marca. Mas, embora chame de negócio próprio, a franquia não exige que o vendedor abra empresa com CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) para atuar.
Gerente que levava sapatos na casa das clientes inspirou franquia
O administrador Renato Grisi Kuyumjian, dono da marca Quinta Valentina, também aposta no esforço de vendas de parceiros para expandir seus negócios. Seu modelo de franquias usa a venda direta (estratégia de Natura e Avon para atrair revendedores e clientes), de forma que os franqueados vão às casas das consumidoras para oferecer os produtos.
Com investimento inicial de R$ 15 mil, o franqueado recebe um estoque com 88 pares de sapatos de 22 modelos, material de apoio e treinamento de atendimento e venda. A sapatilha é o produto mais vendido, por R$ 189,90. O modelo de negócio é 'home based': o franqueado estoca os sapatos em sua casa.
“O desafio é conhecer cada cliente e perceber suas preferências”, afirma Kuyumjian. O lucro bruto é de 80% das vendas. Mas há os custos de operação, como uma mensalidade do sistema, no valor de R$ 65.
A ideia de criar uma franquia baseada nas vendas diretas surgiu quando a Quinta Valentina ainda era uma loja física de mil metros quadrados, em Goiânia. O sucesso de vendas de uma gerente que levava os sapatos na casa das clientes, para ajudá-las a combinar o produto com as roupas, inspirou o modelo.
A Quinta Valentina começou a funcionar como franquia em julho deste ano e já tem 20 franqueados. A ideia é chegar a 450 em um ano, com faturamento de R$ 3 milhões (a previsão de lucro não foi informada). A marca exige que o franqueador abra empresa com CNPJ. A recomendação é que inicialmente os vendedores se cadastrem como MEI (Microempreendedor Individual).
Formato exige que empreendedor já tenha rede de clientes formada
Embora o baixo custo de operação seja um atrativo, franquias que não têm loja física exigem muito empenho de vendas do empreendedor. “O franqueado deve ter uma carteira de clientes e prospectar novos como uma de suas principais atividades. Se ficar só no círculo das amigas, pode não ser o suficiente”, afirma a consultora de franquias Claudia Bittencourt.
O empreendedor deve ainda conhecer as projeções de resultado e saber se empresa está preparada para dar treinamento, suporte e apoio ao franqueado. Além disso, é preciso verificar a capacidade de renovação das coleções e de abastecimento da rede com novidades, já que o consumidor está sempre em busca de tendências nesse tipo de segmento.
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