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Veja 40 franquias a partir de R$ 9.900 para trocar SP por praia no Nordeste

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

01/04/2015 06h00

O sonho de morar na praia com renda pode ter um formato real: abrir uma franquia no Nordeste. Há pelo menos quatro anos, a região tornou-se o foco da expansão de muitas redes, segundo especialistas ouvidos pelo UOL. O crescimento no número de shoppings e a elevação de renda da população local têm sido os maiores atrativos. Há opções de investimento a partir de R$ 9.900.

Lilian Lima e o marido Evaldo Frare trocaram São Vicente por Fortaleza - Divulgação - Divulgação
Lilian Lima e Evaldo Frare abriram negócio em Fortaleza
Imagem: Divulgação

A busca de menor custo e mais qualidade de vida foi o que motivou Lilian Lima, 39, e o marido Evaldo Frare, 58, a investir em uma franquia e trocar a orla de São Vicente (65 km ao sudeste de São Paulo) pelas belas praias de Fortaleza. Há quatro meses eles se tornaram franqueados da rede de reforma e manutenção Master House na capital cearense.

A empresária diz que a melhoria na qualidade de vida foi instantânea. “As praias de São Vicente são muito poluídas e, por isso, não costumava frequentá-las. Aqui [em Fortaleza], moro a menos de 1 km do mar, que é muito mais limpo.” Ela afirma também que o novo endereço representou uma mudança de hábitos. “Corro todos os dias no calçadão na orla da praia.”

Franquias em casa têm menor custo inicial

As franquias de serviço que podem ser abertas em casa têm menor custo inicial menor. É o caso da Auto Spa Express, franquia de lavagem de carros a seco, com investimento de R$ 9.900. O valor não inclui taxa de franquia e capital de giro e o negócio pode ser aberto em casa. A rede promete faturamento mensal de R$ 10 mil ao franqueado, com lucro líquido de R$ 3.500.

Outras franquias também podem ser abertas em casa, como a Tutores (reforço escolar), com investimento inicial a partir de R$ 20 mil, e a The Kids Club (inglês para crianças), cujo custo de abertura parte de R$ 22,5 mil. Nos dois casos estão inclusos taxa de franquia, instalação e capital de giro.

As capitais nordestinas são os locais mais atrativos, de acordo com as franquias, em relação ao interior dos Estados. No entanto, cidades de médio porte, como Campina Grande (PB), Feira de Santana (BA), Vitória da Conquista (BA) e Olinda (PE), também fazem parte dos planos de expansão das redes.

Mercado no Nordeste é menos concorrido

Segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising), o número de unidades franqueadas no Nordeste subiu de 15.054, em 2012, para 17.715, no ano passado, uma alta de 17,7%. No mesmo período, a quantidade de marcas que operam na região subiu de 188 para 222 (crescimento de 18,1%).

De 2011 a 2014, foram inaugurados 15 shoppings nos Estados nordestinos, segundo dados da Abrasce (Associação Brasileira de Shoppings Centers). Esses lançamentos junto com a elevação de renda tornaram público local atrativo, de acordo com Leonardo Lamartine, diretor regional da ABF Nordeste.

“A população nordestina tem o desejo de consumir e dinheiro para isso, mas a oferta de produtos e serviços não é tão grande como no Sul e no Sudeste”, afirma. “A concorrência no Nordeste é menor, o que torna o mercado ainda mais atraente.”

Produtos precisam ser adaptados para agradar público local

Para Hamilton Marcondes, diretor da HM Consultoria, o interessado em investir numa franquia deve ter cautela antes de partir para o Nordeste. Segundo ele, muitas marcas de fora não tiveram sucesso entre os nordestinos porque seus produtos não atendiam aos gostos e necessidades do público local.

“Não adianta uma empresa chegar com roupa de inverno aqui porque não vai vender. É preciso se adaptar ao clima”, declara. “O mesmo acontece no ramo de alimentação. A marca tem de adaptar pratos e temperos ao gosto local ao mesmo tempo que mantém seu cardápio tradicional de sucesso.”

Mesmo aquelas que nasceram no próprio Nordeste precisam de adaptações devido à diferença de gostos entre um Estado e o outro, segundo Marcondes. “Em Fortaleza, por exemplo, uma franquia de alimentação que não tem baião de dois está perdendo público”, diz.